04 de fevereiro de 2021

O novo papel das empresas como protagonistas na resolução de problemas sociais

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O nível de confiança das pessoas nas empresas onde trabalham e nas suas lideranças aumentou durante a pandemia. É o que mostra a pesquisa Trust Barometer, realizada pela Edelman, uma das maiores empresa de Relações Públicas do mundo. Segundo a pesquisa, 63% dos entrevistados confiam em seus CEOs e 83% acreditam na empresa da qual fazem parte.

Apontam também para a grande responsabilidade que está depositada nas companhias. Dentre as quatro instituições mencionadas (Empresas, Governo, Mídia e ONGs), elas são as únicas consideradas competentes, ao mesmo tempo em que fatores relacionados à ética (integridade, propósito e confiabilidade) geram 76% da confiança de uma empresa.

A constatação da pesquisa reforça a certeza de que oferecer produtos e serviços de qualidade é o básico, o mínimo que as empresas precisam fazer. Consumidores buscam mais que isso (e cada vez mais). Querem instituições sérias, nas quais possam confiar, que se posicionem como protagonistas na resolução de problemas sociais e ambientais.

Este novo mindset está movendo um círculo virtuoso, levando empresas a dedicarem mais atenção para os temas relacionados à ESG (Environmental, Social and Governance), que têm aparecido em discussões públicas com frequência crescente. Não foram apenas as consultorias de comunicação e ambientalistas que colocaram o assunto em pauta. Os investidores também estão exigindo novas atitudes das empresas, com mais respeito aos públicos e uma boa governança. Os números em azul no balanço já não bastam para atrair um aporte financeiro.

Semana passada, Larry Fink, chairman e CEO da BlackRock colocou ainda mais pressão na agenda da sustentabilidade e enviou uma nova carta às lideranças empresariais globais pedindo para que apresentem plano sobre como os negócios se tornarão compatíveis com uma economia neutra em carbono até 2050 e que compartilhem seus planos integrados de longo prazo.

Os CEOs das grandes companhias já estão cientes desta responsabilidade. Sabem que o sucesso depende do valor compartilhado com a sociedade e o planeta. Num manifesto assinado no Fórum Econômico Mundial de 2020, em Davos, eles declararam que é preciso voltar os interesses das corporações a todos que dependam — diretamente ou não — do seu sucesso, o que inclui acionistas, funcionários, a comunidade local e outras empresas na cadeia produtiva.

Tenho orgulho de trabalhar em uma empresa onde esta é uma prática constante. Estamos entre as dez empresas de destaque do índice de Sustentabilidade da B3 ESG, que reúne as companhias com atuação elevada nos critérios ambiental, social e de governança. Por meio da Fundação Telefônica Vivo, desenvolvemos um trabalho admirado tanto pelos profissionais da área de educação quanto pelos nossos funcionários, que têm orgulho de ser voluntários. Somente durante a pandemia, destinamos cerca de 38 milhões de reais para hospitais públicos e para a alimentação de 60 mil famílias em extrema pobreza.

Nossas atitudes não são pontuais nem esporádicas. São decisões regidas pelo nosso propósito de aproximar pessoas e contribuir para um futuro melhor. É nossa obrigação fazer a nossa parte e comunicar essas iniciativas ao mundo com correção e transparência.

Propósito e valor nunca foram tão essenciais para nortear os negócios. Este é o momento de as empresas adotarem os critérios ESG e mostrarem que são capazes de contribuir para um mundo melhor de maneira genuína, como parte intrínseca de suas estratégias. Só assim honrarão a confiança que têm recebido. Na Vivo, seguiremos fazendo a nossa parte!

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Elisa Prado

Profissional de comunicação há mais de 30 anos, atuou até o início deste ano de 2023 como Diretora de Comunicação Corporativa da Telefônica Brasil, dona da marca Vivo. Graduou-se em Comunicação Social pela PUC de Campinas e é pós-graduada em Marketing na ESPM com especialização em comunicação com stakeholders na Syracuse Universtiy. Foi diretora de comunicação no Deutsche Bank e Tetra Pak, além de ter atuado em agências de publicidade e relações públicas como AAB, Ogilvy & Mather e Grupo TV1. Em 2014, lançou seu primeiro livro – Imagem e Reputação na era da Transparência. Em 2017, lançou o segundo, sobre o tema Gestão de Reputação - Riscos, Crise e Imagem Corporativa. Em 2022, lançou seu terceiro título - Reputação e Valor Compartilhado – Conversas com CEOs das empresas líderes em ESG no Brasil. É membro do Conselho Consultivo da ABERJE, que organiza e regula a comunicação corporativa no Brasil e é professora da ESPM no Master de Comunicação Transmídia, na cadeira de Prevenção e Gerenciamento de Crises. Atua hoje como professora na ESPM, StartSe University e Escola Aberje.

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