O mundo pós-COP 26: comunicando soluções para os desafios climáticos
Nunca se falou tanto sobre uma Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas como nesta COP26, que se encerrou oficialmente no último dia 12 em Glasgow. Depois dos impactos causados pela pandemia de covid-19, o temor em relação ao aquecimento global se tornou mais latente. É preciso agir rápido: o planeta já teve sua temperatura elevada em 1,09ºC e as projeções científicas são preocupantes. Existe um consenso cada vez maior que o mundo precisa, com urgência, caminhar para uma economia de baixo carbono e as próximas duas décadas serão decisivas para isso.
Por isso, os olhos de todo o mundo estiveram voltados para a cidade escocesa e a pressão da sociedade cobrando os líderes mundiais por ações concretas foi bastante expressiva. Mas a responsabilidade por essa transformação não está restrita ao âmbito da política. O Acordo de Paris, em 2015, conferiu também ao setor produtivo um papel importante na defesa contra o agravamento e os efeitos das mudanças climáticas. E, desde então, estamos vendo cada vez mais empresas assumirem o protagonismo nesta questão. A COP26 foi uma oportunidade importante para o setor privado apresentar para o público as ações concretas que estão desenvolvendo.
Como uma empresa de ciências da vida que atua nos segmentos de saúde e agricultura, a Bayer tem buscado ampliar o diálogo com a sociedade e participar ativamente da construção de soluções colaborativas. A empresa estabeleceu o compromisso de ser neutra em carbono em suas próprias operações até 2030, utilizando 100% de nossa eletricidade a partir de fontes renováveis e investindo em sistemas inteligentes de transporte, entre outros. Mas as metas estabelecidas também preveem impactos ambiciosos para todo o setor agrícola, reduzindo em 30% as emissões de gases de efeito estufa na agricultura até o fim da década.
Sabemos que a agricultura está no centro das discussões sobre as mudanças climáticas. O setor é atualmente um dos responsáveis por parte das emissões globais de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, os agricultores, dos quais dependemos para o fornecimento de alimentos e fibras, estão entre os mais afetados pelo impacto das condições climáticas adversas, como maior pressão de pragas e doenças, chuvas e secas intensas que afetam suas lavouras e meios de subsistência. Já se estima que as mudanças climáticas possam provocar 17% de perdas nas lavouras e diminuir a área agricultável, com uma possível redução de 20% das terras per capita para plantio até 2050.
Mas a agricultura também tem o potencial de ajudar na solução da crise climática, não apenas reduzindo as emissões, mas promovendo a retirada de gases de efeito estufa já presentes na atmosfera. Para alcançar este objetivo, a Bayer está liderando a iniciativa global Carbono Bayer, que apoia os agricultores para que adotem em larga escala práticas agrícolas inteligentes em relação ao clima, baseadas na otimização do uso de recursos, eficiência de novas tecnologias e digitalização, e que ainda permitem ampliar a produtividade por hectare.
Por ser uma das principais potências agrícolas do planeta, o Brasil foi um dos primeiros países a receber a iniciativa. Desde 2020, a Bayer lidera os esforços para, com base em trabalho colaborativo, ciência e tecnologia de ponta, construir um ecossistema de carbono na agricultura brasileira, junto com produtores rurais e parceiros, como a Embrapa. Neste ano, a empresa lançou para agricultores o PRO Carbono, que oferece vantagens para os participantes e acompanha o acúmulo de matéria orgânica nos talhões participantes ao longo de três anos.
Um projeto pioneiro e promissor como este tem merecido um grande esforço de comunicação da empresa. É importante apresentar a inciativa ao agricultor para que ele tenha conhecimento mais aprofundado sobre os desafios climáticos e como isso se relaciona à viabilidade do seu negócio no futuro, além de fazer parte da construção de um novo modelo de agricultura neutra em carbono. Muitos já estão percebendo o projeto como uma grande oportunidade para agregar mais valor à produção de grãos e vislumbram um modelo de negócio em que eles são recompensados não apenas pelo que e quanto produzem, mas também pela forma como produzem.
Também é fundamental dar visibilidade deste projeto para a sociedade, que está cada vez mais interessada em saber sobre sustentabilidade na cadeia de produção de alimentos e deseja conhecer soluções em desenvolvimento para os desafios climáticos. A iniciativa Carbono Bayer é uma oportunidade para ampliar o conhecimento sobre a agricultura, trazendo um novo ponto de conexão do campo com a cidade, e contribuindo com a melhoria da reputação do setor.
Além disso, é um tema relevante para a economia brasileira. O estabelecimento de um mercado de carbono global irá abrir uma nova esfera de possibilidades de negócios, principalmente para o setor de offset brasileiro, que atua promovendo mecanismos de compensação de emissões. O Brasil tem a oportunidade de retomar seu protagonismo histórico nas discussões climáticas e alcançar um novo patamar de desenvolvimento econômico baseado em infraestrutura e negócios carbono neutros.
Por isso, a Bayer tem promovido a agenda do carbono na agricultura em diversas frentes, como: relações públicas envolvendo a mídia agrícola especializada, assim como veículos para a sociedade e a disponibilização de porta-vozes especialistas para entrevistas; participação ativa nas discussões em associações setoriais e fóruns empresariais, como a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura; engajamento de lideranças e executivos em eventos, painéis e lives para dialogar sobre o tema, inclusive dentro da própria COP26; apoio para um estudo inédito sobre as oportunidades para o Brasil em mercados de carbono, desenvolvido pela ICC Brasil em parceria com a WayCarbon.
É um trabalho robusto junto aos stakeholders, que mobiliza diversas áreas dentro da Bayer e que começou bem antes da COP26 e vai continuar, pois os desafios são grandes e a jornada está ainda no começo. E que tem um eixo central na atuação de comunicação, que ajuda a conectar todas essas frentes dentro de uma narrativa robusta, com evidências, fatos e dados – essenciais num momento que a sociedade clama por exemplos concretos e rejeita o “blá-blá-blá” de retóricas evasivas, como enfatizou a ativista Greta Thunberg.
Existe uma valiosa oportunidade para avançarmos com a implementação de um mercado de carbono em nível global e transformar o agro em parte da solução para os problemas climáticos. Temos um trabalho importante para construir um legado ambiental, social e econômico para todos e para as próximas gerações.
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