Alavancas da inovação para sustentabilidade foi tema do Comitê de Engajamento em ESG
Mais uma reunião dos integrantes do Comitê Aberje de Comunicação e Engajamento em ESG foi realizada no dia 9 de agosto. Para debater o tema “Engajamento e relacionamento como alavancas da inovação para sustentabilidade” o encontro contou com a participação de Karolina Gutiez, gerente de Comunicação Corporativa na Schneider Electric; e Joana Rudiger, presidente da Enactus Brasil. Quem mediou a conversa foi Danilo Maeda, head na Beon Estratégia ESG e coordenador do grupo.
Ao iniciar, Danilo Maeda, lembrou que a humanidade já chegou num ponto da história do seu desenvolvimento socioeconomico que não basta apenas parar de causar danos adicionais ao meio ambiente, mas também recuperar e restaurar os danos causados. “Precisamos de soluções que não sejam apenas regenerativas, mas escaláveis, de rápida implementação e com resultados dentro da janela de tempo disponível que ainda temos, ou seja, soluções pouco comuns; muitas delas ainda não existem, então dependemos fundamentalmente da inovação para alcançarmos um futuro verdadeiramente sustentável”, frisou. “Quem conseguir encontrar essas soluções vai alcançar oportunidades de mercado importantes”, alertou.
Sustentabilidade é fonte para o crescimento
Na ocasião, Karolina Gutiez da Schneider Electric – empresa bicentenária presente em mais de 100 países – compartilhou a trajetória que a companhia vem trilhando nas duas últimas décadas, quando começou a se voltar para o conceito da eficiência energética, a fim de fomentar a redução do consumo de energia com vistas à descarbonização do planeta.
Para contribuir com essa causa, a empresa investe 5,4% de sua receita (da ordem de 34 bilhões de euros em 2022) em Pesquisa e Desenvolvimento. Segundo Karolina, atualmente 73% dessa receita já são provenientes de soluções de impacto. “Na Schneider, há uma crença de que o acesso à energia é um direito humano básico. Mas a realidade mostra que existem dois bilhões de pessoas no mundo sem acesso à energia; 60% de toda a energia produzida no planeta é desperdiçada e isso de forma invisível, ninguém vê onde está acontecendo esse desperdício”, acentuou.
“Pensando em eficiência energética e em transformar esse desperdício em acesso à energia para essas bilhões de pessoas, a empresa pensa em como ser um parceiro digital trazendo a questão da inovação e da digitalização para tornar visível esse desperdício de energia e conseguir evitar isso e tornar o consumo mais inteligente e eficiente. Isso é o que nos move”, ressaltou. “O crescimento e a sustentabilidade podem coexistir, para isso é preciso encontrar formas de inovação tecnológicas, mas não é fácil num mundo em que todos vivenciam situações no âmbito da saúde, questões sociais dramáticas no mundo inteiro, eventos climáticos cada vez mais severos, a escassez da energia e outras incertezas e mudanças bruscas que ocorrem”, complementou.
Para Karolina, a questão é fazer as escolhas certas. “No entanto, hoje 76% das empresas ainda veem a sustentabilidade como uma obrigação e não como uma vantagem competitiva; aí fica bem complicado. A sustentabilidade pode e deve ser uma fonte para o crescimento, a partir do momento em que fizer parte da estratégia da companhia”, salientou. “A Agenda ESG deve estar em todas as dimensões da companhia, tem que fazer sentido para aquele tipo de negócio; outro ponto é que não adianta as empresas exercerem esse protagonismo de maneira isolada sem olhar para outros atores que fazem parte dessa história; isso tem que ser trabalhado na cultura da empresa em nível global e também local respeitando as necessidades locais”, arrematou.
Canalizando a criatividade do jovem
Com 25 anos de atuação no Brasil, a Enactus – organização internacional sem fins lucrativos – se dedica a inspirar jovens universitários a transformar vidas por meio de iniciativas empreendedoras com viés social, econômico e ambiental. O programa oferece acesso a diversas oportunidades de aprendizagem e conexão com o ecossistema de negócios global, servindo de ponte entre o mundo acadêmico e o mundo corporativo.
“A Enactus no mundo é um desses lugares onde nasce a sementinha da inovação para a sustentabilidade nos jovens. Com nossa metodologia, baseada nas ODS’s, pretendemos ajudar as empresas a gerar o impacto necessário para resolver os problemas difíceis e complexos da nossa sociedade”, disse a presidente da organização, Joana Rudiger.
Ela explicou que a organização capacita estudantes, com a ajuda dos professores das universidades e de seus parceiros – empresas, fundações e institutos. O staff nacional é responsável por fornecer uma plataforma que possibilita aos estudantes universitários a criação de projetos que passam pelo desenvolvimento comunitário, políticas públicas e até negócios sociais, aplicando na prática os conhecimentos de sala de aula para resolver problemas reais da sociedade.
Atualmente, mais de 130 equipes de universitários representam suas universidades com mais de 200 projetos que geram impacto tanto no desenvolvimento do estudante quanto por meio deles impactando a sociedade através de seus projetos socioambientais.
“Queremos que as organizações nos vejam como parceiros para atingirmos nossos objetivos que é gerar impacto nos universitários e por meio deles ajudar a atingir os objetivos a que as empresas se propuseram. Queremos uma sociedade onde todos ganham”, ressaltou Joana.
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