17 de janeiro de 2025

Adaptação radical marca o cenário de gestão da reputação em 2025

Especialistas discutem tendências e desafios em evento transmitido pelo Arena de Ideias da Oficina Consultoria
Participantes do Arena de Ideias #153, promovido pela Oficina Consultoria em imagem de divulgação do debate

O cenário de comunicação corporativa em 2025 será moldado por profundas transformações, apontaram especialistas no Arena de Ideias #153, promovido pela Oficina Consultoria. Com mediação de Patrícia Marins, sócia-fundadora da Oficina, o encontro, realizado de forma virtual e transmitido no canal de Youtube da Oficina Consultoria, reuniu Miriam Moura, curadora do e-book “Tendências para gestão da reputação 2025”, que guia o episódio; Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor-titular da USP; e Fernanda Romano, executiva global de marketing e integrante do Comitê de Estratégia da Oficina.

Paulo Nassar, Fernanda Romano, Miriam Moura e Patrícia Marins participam do Arena de Ideias #153

Miriam Moura destacou que vivemos hoje em um mundo BANI (sigla para “frágil, ansioso, não linear e incompreensível”, traduzida do original Brittle, Anxious, Non-linear, Incomprehensible), o que impõe desafios crescentes para as organizações. Segundo ela, o anúncio de mudanças pela Meta, como o fim da checagem de fatos em suas plataformas, exemplifica a imprevisibilidade do contexto digital. “Marcas precisam compreender e categorizar riscos para proteger seus valores e reputação”, afirmou.

A necessidade de adaptação foi reforçada por Patrícia Marins, que destacou a importância de curadoria estratégica diante da desinformação e de mudanças rápidas nas plataformas digitais. “Mudanças radicais demandam adaptações igualmente radicais”, declarou.

Comunidades nichadas e engajamento emocional

Outro tema central abordado foi o fortalecimento das comunidades de nicho. Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor-titular da USP, enfatizou o papel dessas comunidades no contexto da antropologia digital. “Elas funcionam como espaços protetores, promovendo segurança mental e criando conexões significativas entre indivíduos, marcas e celebridades”, explicou. Ele também destacou a necessidade de empresas desenvolverem narrativas consistentes e integradas a esses grupos, unindo psicologia social, antropologia e dados.

Além disso, Nassar sublinhou o papel do engajamento emocional na construção de reputação. “Não se trata apenas de apelar para sentimentos, mas de criar experiências que ressoem profundamente com as audiências-alvo”, disse. Ele apontou a combinação de dados, tecnologia e criatividade como chave para a comunicação eficaz.

IA, ESG e a responsabilidade corporativa

Fernanda Romano apontou a inteligência artificial como um elemento crítico para 2025. Segundo ela, a gestão proativa de crises, aliada à regulamentação ética da IA, será essencial para proteger identidades e garantir a confiança social. “Resiliência deve ser um estado contínuo de prontidão e aprendizado”, afirmou, destacando a necessidade de preparar equipes dinâmicas para navegar em cenários complexos.  

Os palestrantes concordaram que o planejamento estratégico deve ser dinâmico e alinhado às mudanças do zeitgeist. Patrícia Marins declarou que a aceleração do uso de IA e a interconexão entre setores demandam uma nova abordagem das marcas. “Não dá para imaginar que o planejamento de ontem é suficiente para enfrentar o dia de hoje”, concluiu.

O debate também abordou práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) e os desafios das empresas em honrar compromissos em meio a crises. “O cenário geopolítico atual requer uma reavaliação das estratégias de diversidade e inclusão”, comentou Romano, reforçando que a narrativa corporativa deve refletir a responsabilidade histórica das organizações.

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