Aberje Trends 2022: Relações institucionais na era das megacrises
O último painel do primeiro dia de Aberje Trends, dia 22 de junho, intitulado Relações Institucionais na Era das Megacrises, trouxe um panorama de como as crises afetam as empresas e o papel da Comunicação durante esse período. Os palestrantes debateram como a comunicação das organizações no Brasil tem que se preparar para o auge da tensão num ano de eleições e como as marcas precisam se precaver para se posicionar (ou não) perante públicos cada vez mais politizados e polarizados.
Participaram do debate: Bianca Minguci, gerente de Contas da Nexis Solutions e especialista em soluções de monitoramento de mídia na LexisNexis, que mostrou como métricas auxiliam na tomada de decisão em crises; Raquel Ogando, diretora Global de Comunicação e Reputação da BRF, que apresentou o case “Nossa parte pelo todo”, sobre a comunicação da companhia durante a pandemia – case vencedor do Prêmio Aberje de 2021; e Ricardo Castellani, gerente de comunicação da Novo Nordisk, que também falou sobre gestão de crise na pandemia, com case focado na comunicação para o cuidado de diabetes e obesidade. A mediação ficou a cargo de Adriana Fernandes, repórter especial e colunista de economia do jornal O Estado de S.Paulo.
Na ocasião, Bianca Minguci contou como a LexisNexis enfrentou a crise imposta pela pandemia, nesses últimos anos. “Muito aconteceu com a questão da pandemia. Escutei muitas empresas dizendo que foram pegas de surpresa, mas o alerta veio cerca de três, quatro meses antes”, lançou, acrescentando que a empresa se utilizou de soluções de compliance para lidar com o cenário inusitado. “Tivemos que manter os mais de 12 mil funcionários tranquilos e o monitoramento das mídias em mais de 170 países; e a comunicação interna foi extremamente efetiva para a empresa para trazer maior segurança”.
Ao compartilhar o case da BRF “Como transformamos uma gestão de crise em oportunidade”, Raquel Ogando frisou que o maior desafio na crise pandêmica foi orientar, comunicar e conscientizar mais de 100 mil pessoas, garantindo uma comunicação ágil, transparente e engajadora. “96% dos colaboradores se disseram bem informados durante a crise e isso tem a participação da equipe de Comunicação”.
“Foram diversos aprendizados em momentos diferentes da pandemia. Nosso trabalho de gestão de crise foi dividido em três frentes: minimizar os impactos; tratar sinistros à medida em que iam ocorrendo e criar um colchão de reputação posicionando a empresa de forma diferenciada no mercado”, revelou Raquel.
Na oportunidade, Ricardo Castellani falou sobre o case da Novo Nordisk intitulado “Como a pandemia impactou a comunicação”. “Foi um processo de muito aprendizado. Com a pandemia, saímos de um cenário de eventos presenciais para um mundo virtual”, iniciou. “Informação salva vidas e uma fake news em saúde pode matar vidas”, acentuou, contando que foram criadas várias campanhas de alerta voltadas especialmente aos pacientes e públicos diferenciados, para que mantivessem os tratamentos em dia.
E quanto às próximas eleições? Como as empresas vão se preparar para momentos de tensão em um ambiente altamente polarizado? Bianca ressaltou que crises sempre vão surgir em algum momento. “Nosso papel enquanto comunicador é ser transparente. Penso que depende do porte da empresa se faz sentido se posicionar ou não, tratando-se de ano de eleições”, argumentou.
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