Aberje Trends 2022: Por que é importante falar sobre Metaverso na comunicação?
Análise foi feita por Thammy Marcato, especialista em transformação digital e decoder da KPMG
O Metaverso ainda não aconteceu. Mas isso não significa que as empresas não devam olhar para isso, testar e entender esse fenômeno, sobretudo se a organização lida com as novas gerações. Esse foi o assunto levantado por Thammy Marcato, especialista em transformação digital e decoder da KPMG, que trouxe a palestra O Metaverso e o Futuro da Comunicação, no primeiro dia do Aberje Trends 2022.
De acordo com a especialista, ainda não aconteceu o metaverso, mas é importante entender por que falar sobre o assunto dentro do universo de comunicação. “O que é esse conceito metaverso que está valendo trilhões de dólares? O digital não é novo, o que acontece é uma nova experiência. Já estamos consumindo e trocando valor digitalmente”, provocou a especialista.
Na ocasião, Thammy trouxe alguns uma linha do tempo para explicar alguns termos tecnológicos. “Em 2003, quando o Facebook lança e massifica no mundo redes sociais, a gente começa a utilizar a tecnologia para criar relações pessoais. E aqui é onde a Comunicação entra na história, porque antes não se entendia que a relação pessoal podia ser tão forte quanto uma relação física. Na linha do tempo, a tecnologia se desenvolve, principalmente para a geração de gamers, e permite que a gente interaja no mundo digital como interagimos no mundo físico”, disse.
O impacto que existe no mundo digital também há no mundo físico, de acordo com a especialista. “A pandemia, por exemplo, é o que a gente chama de acelerador de futuro, muitas empresas tiveram que se transformar em remotas. Tivemos que aprender muito rápido que uma relação digital tinha que ser tão importante quanto uma relação física. O valor da relação humana mudou”, analisou, acrescentando que é importante ver além da curva tecnológica. “É importante vermos a curva econômica também, porque agora temos mecanismos financeiros para fazer isso acontecer. Temos tecnologia de criptomoedas, de blockchain, de NFT acontecendo e regulando isso”.
“O metaverso só irá acontecer, de verdade, quando tirarmos todos os hardwares e a gente se chipar, então não saberemos mais a diferença do físico e do real porque vamos enxergar os dois, um sobre o outro. Essa é a projeção para que a gente caminhe para um futuro longínquo”, salientou Tammy. “Mais importante do que entender o metaverso, é entender a mudança que está acontecendo”, completou.
Atualmente, de acordo com Tammy, existem três pontos de convergência que as empresas devem estar atentas em relação ao metaverso: cultura, economia, e tecnologia: “Culturalmente nós estamos enxergando mais valor, ou igual valor em ativos digitais do que ativos físicos, por exemplo. Mas para tudo isso acontecer, a tecnologia ainda precisa se desenvolver, inclusive com uma banda melhor que o 5G”, afirmou.
Tammy ressaltou que ainda não existe um conceito próprio para o metaverso, mas que ele pode ser definido a partir de três padrões: (1) é o mundo digital interligado ao mundo físico; (2) é um lugar de socialização, diferente da realidade virtual, onde não há interação com outra pessoa e (3) a persistência, o metaverso existe esteja a pessoa logada ou não.
“Uma grande oportunidade para as marcas é entender que talvez não estejamos construindo o metaverso para agora, mas para amanhã. Então se uma marca quer estar posicionada amanhã, qual é a sua responsabilidade de definir as regras do metaverso que está sendo definido hoje? Esse, para mim, é o grande papel da comunicação no assunto metaverso. Esses protocolos já estão sendo definidos e quanto mais descentralizado for mais abertas aquelas regras serão, ou seja, quem estiver definindo a regra, vai ditar a regra”, lançou Tammy. “Entendo que o papel de toda organização agora é entender como se insere e que tipo de futuro quer levar”, concluiu.
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