19 de julho de 2024

Aberje realiza reunião presencial com Comitês de Estudos Temáticos em São Paulo

Participantes discutiram temas ligados à Comunicação Corporativa sob diferentes enfoques

A Sompo Seguros, associada da Aberje, recebeu em sua sede na última quarta-feira (17) o encontro presencial dos quatro Comitês Aberje de Estudos Temáticos. Formados por membros das organizações da rede Aberje, os comitês representam espaços seguros para troca de informações e aprendizado mútuo. Os temas e grupos são renovados anualmente e se reúnem periodicamente, normalmente de maneira virtual, para discutir temas de interesse da Comunicação Corporativa.

Nesta semana, a reunião foi realizada de maneira presencial, com os membros de todos os comitês realizando juntos as atividades propostas, em uma oportunidade de networking para os participantes e suas organizações. Thalita Dominato, gerente de Desenvolvimento Associativo da Aberje, deu as boas-vindas aos membros e abriu a reunião cumprimentando a todos e agradecendo a Sompo por receber o encontro presencial. Ela apresentou a agenda do dia e a seguir convidou Carlos Alberto Ramello, responsável pelo Núcleo de Pesquisas da Aberje, para comentar as pesquisas mais recentes realizadas pela Aberje e as tendências para o mercado da Comunicação Corporativa.

Mercado em números

Ramello destacou alguns dos principais dados dos últimos estudos elaborados pela entidade: Tendências da Comunicação Organizacional 2024; Tendências em Comunicação Interna 2024 (em parceria com a Ação Integrada); e Orçamento da Comunicação Organizacional 2024 (em parceria com a FGV ECMI).

Logo no início de sua exposição, Ramello frisou o orçamento da Comunicação Organizacional 2024 no Brasil: R$36 bilhões, um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior. Ele comentou a seguir as estruturas das áreas de Comunicação Organizacional, com 49% das pesquisadas localizadas em níveis de diretoria ou vice-presidência e 34% em gerências, sendo que, em 60% dos casos, a área está subordinada diretamente à presidência ou ao ou à CEO da organização. Ainda, de acordo com Ramello, 57% dos gestores da Comunicação fazem parte do board da empresa.

A seguir, Ramello abordou os principais processos abrangidos pela área de Comunicação Organizacional, que incluem comunicação interna (88%), relações com a imprensa (88%), eventos (83%), mídias digitais e sociais (77%), gestão de crises e riscos (74%) e branding (64%). Ele comentou também sobre as principais tecnologias atualmente utilizadas nas organizações: plataformas de comunicação interna (54%), redes sociais corporativas (51%) e apps para dispositivos móveis, como celulares e tablets (45%). Logo após, abordou as tecnologias que devem ter maior impacto na área, de acordo com os participantes das pesquisas: IA (40%), apps (36%) e algoritmos (24%).

Ramello ainda apresentou outros tópicos abordados pelas pesquisas, como os temas mais priorizados pela Comunicação Interna e principais objetivos e desafios da área, assim como tendências da área.

Aquários

Thalita explicou então a dinâmica adotada para os debates entre os membros dos comitês, o Método Aquário, uma técnica de conversa em grupo que promove a participação de todos de uma forma democrática. Os participantes se organizaram em círculos concêntricos, com um círculo interno menor, com três pessoas em quatro pufes, com os demais membros em uma roda ao redor. A conversa começou no círculo interno, onde somente os três ocupantes tinham direito à fala, enquanto os demais escutavam. Um pufe no círculo interno ficava sempre vazio para permitir que participantes do círculo externo entrassem na discussão. Quando alguém do círculo externo ocupava o pufe vazio, um membro do círculo interno se levantava, garantindo assim a rotatividade e a inclusão de todos na conversa.

Os membros dos comitês de Comunicação e Engajamento para ESG; Cultura de Dados e Mensuração de Resultados na Comunicação; Comunicação Interna, Cultura Organizacional e Marca Empregadora; e Gestão da Comunicação e da Reputação Corporativas então se reuniram, apoiados por seus coordenadores e vice-coordenadores, e discutiram entre si as questões propostas antes do evento, que foram decididas em conjunto por todos os participantes. Cada comitê se organizou nos círculos concêntricos do Método Aquário e discutiu os temas escolhidos, construindo em conjunto os argumentos sobre as questões propostas.

Resultados

Após a dinâmica, cada comitê apresentou aos demais participantes do encontro os resultados de sua discussão, reforçando o papel da reunião de fortalecer a troca de conhecimento e o fortalecimento da comunidade de comunicadores e comunicadoras da Aberje.

Falando em nome dos participantes do Comitê de Comunicação e Engajamento para ESG, a coordenadora Bruna Ribeiro, da Suzano, começou explicando as questões selecionadas pelo grupo.

  1. Que soluções temos para os desafios de fazer comunicação para ESG?
  2. Quais “futuros desejáveis” queremos construir?

A seguir, junto com Maria Tereza Gomes, da Jabuticaba Conteúdo, vice-coordenadora do comitê, Ribeiro comentou que as soluções passam por mostrar pautas relevantes e não colocar a reputação da organização antes da transparência. Ela lembrou que esse é um trabalho construído a muitas mãos, passo a passo. “Ninguém está tirando dez nessa matéria”, afirmou, reforçando a importância de fóruns coletivos como os Comitês Aberje para democratizar conhecimento e simplificar mensagens. “Não podemos ter medo de falar do que é controverso”, continuou, explicando que essa é uma forma de construir influência em temas de interesse.

Ao falar da segunda questão, Ribeiro e Gomes lembraram os participantes da importância de considerar o planejamento de Comunicação como um meio para criar esses futuros desejáveis, eliminando bolhas e atraindo os jovens para que eles entendam seu papel como protagonistas desses futuros. Para isso, é fundamental que a importância da educação seja reconhecida, lembraram, e que o diálogo com as universidades é um caminho para produzir e disseminar mais conhecimento. Por fim, elas falaram sobre a necessidade de promover a governança para a sustentabilidade e de diminuir o consumismo.

A seguir, Leandro Provedel, da Engie, e Pedro Ferreira Jr, do Itaú, coordenador e vice-coordenador do Comitê de Cultura de Dados e Mensuração de Resultados na Comunicação apresentaram suas questões e os resultados da discussão.

  1. Quais dados de Comunicação são realmente importantes de serem medidos e como tratá-los?
  2. A Comunicação consegue ser estratégica sem resultados mensuráveis?
  3. O que a Comunicação pode aprender com a cultura de dados das áreas comerciais e de marketing?

Provedel e Ferreira destacaram a necessidade de estabelecer canais de diálogo entre áreas de Comunicação e lideranças para demonstrar o valor e os resultados das ações de Comunicação. O uso de dados é fundamental para isso e, justamente por isso, os custos da mensuração devem ser postos em perspectiva, pois a informação gerada pode ser muito valiosa. Segundo Provedel, a Comunicação pode aprender com o Marketing, que sempre planeja suas ações a partir de objetivos claros e mensuráveis.

O coordenador do Comitê de Comunicação Interna, Cultura Organizacional e Marca Empregadora, César Rua, da Vivo, e seu vice-coordenador, Elizeo Karkoski, da P3K, falaram a seguir, expondo a questão votada pelo grupo.

  1. Nos últimos 12 meses, quais mudanças você promoveu na comunicação interna da sua empresa para avançar rumo a um futuro desejado?

Rua começou lembrando que não é necessário criar soluções mirabolantes. A comunicação interna é cíclica, explicou, e pode ser melhor voltar para o básico e “fazer o arroz e feijão bem feito”, afirmou. Isso nem sempre é fácil e revisitar processos e governança é algo que requer coragem. Eles lembraram que as áreas internas e o público mudam constantemente, e que a tecnologia sozinha não resolve as questões da Comunicação interna, é preciso haver lideranças comunicadoras nos canais certos. A Comunicação Interna assume cada vez mais um papel de curadoria e priorização, conforme influenciadores internos assumem o papel de produtores de conteúdo. Essa mudança se alinha com a dinâmica das novas gerações, que produzem e consomem esse estilo de conteúdo. Para apoiar o papel de curadoria, a mensuração assume cada vez mais relevância e deve ser executada por especialistas, lembraram.

Os membros do Comitê de Gestão da Comunicação e da Reputação Corporativas, representados pela coordenadora Renata Nascimento, da Volkswagen, e por Tatiana Maia Lins, da Makemake, fecharam o encontro, começando por explicar as questões abordadas pelo grupo.

  1. Soluções para se adaptar à era digital e às novas formas de comunicação que impactam a reputação, por meio de fatores como mau uso das redes sociais, cancelamento e Fake News.
  2. Futuros desejáveis na gestão da comunicação para as novas gerações.

Elas destacaram a importância do trabalho de base e da análise de dados no enfrentamento à desinformação, bem como a necessidade de trabalhar com informações relevantes para furar bolhas. De acordo com o Comitê, é importante que a Comunicação esteja alinhada ao negócio e à sua cultura para fortalecer redes de parceiros e aliados. Nesse esforço, a Comunicação deve fortalecer sua atuação junto à imprensa, para junto a ela combater a disseminação de mentiras. Ao final, Nascimento e Lins lembraram os participantes do papel da Comunicação para o letramento das lideranças, inclusive para mostrar o valor de seu trabalho além de rankings.

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