Aberje Trends 2022: Web3, NFTs, ativismo e governança marcam segundo dia de evento
Último dia do evento evidencia temas que permeiam as discussões sobre tendências na comunicação corporativa, como diversidade, redes sociais e governança
O segundo e último dia do Aberje Trends 2022 também reuniu mais de 400 pessoas no Teatro Tomie Ohtake, em São Paulo. Com painéis e mesas que discutiam as principais tendências em comunicação, o evento ampliou o debate sobre o futuro do metaverso e NFTs para as empresas, ativismo, polarização, governança e memória empresarial.
Hamilton dos Santos, diretor-executivo da Aberje, fez a abertura e destacou novamente a parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) na criação do MBA em Gestão da Comunicação Empresarial. “Gostaria de chamar a atenção da importância desta parceria entre as instituições, por acreditarmos que não existe mais um comunicador que não seja um gestor”.
O executivo ainda destacou dois painéis pós-trends que acontecem nas próximas semanas: A Arte como Plataforma de Comunicação e o Esporte como Plataforma de Comunicação.
Na abertura de painéis, Rafael Sbarai, Head de Produto e Operações do Cartola Express do Grupo Globo, falou sobre “Web3, NFTs e o futuro das empresas em um mundo sem cookies”, e trouxe uma visão crítica sobre como a terminologia da Web3 pode estar sendo utilizada de forma equivocada, quanto isso pode atrapalhar a análise sobre negócios e mostrou exemplos de usos interessantes de NFTs.
A parte da manhã teve sequência com a mesa redonda “Política nas organizações e as novas tendências do ativismo”. Participaram do painel Ana Fontes, fundadora da RME- Rede Mulher Empreendedora e do Instituto RME; Cristiane Santos Blanch, diretora de Comunicação e Assuntos Corporativos da Pfizer; Hélio Muniz, Chief Communications Officer/ ESG da Via e diretor-presidente da Fundação Casas Bahia e Michel Blanco, head de Reputação e Comunicação Corporativa da Natura &Co América Latina. A mediação ficou a cargo de Fernanda Guimarães, repórter especial do jornal O Estado de S. Paulo.
O debate girou em torno da polarização, como as marcas precisam se precaver para se posicionar (ou não) perante públicos cada vez mais politizados e polarizados.
Hélio Muniz, da Via, frisou que as empresas devem seguir seus próprios valores para lidar com esse momento de polarização. “A perenidade da empresa depende do crescimento da sociedade, de uma sociedade melhor”, disse. “Vivemos num momento de transparência compulsiva e o ano eleitoral só intensifica essas coisas. Nessa época de hiperconexão é preciso que as empresas se conheçam muito bem”.
No período da tarde o primeiro painel abordou sobre “Governança Corporativa, Diversidade e Transparência”, e contou com a participação de Gabriela Blanchet, membro do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e presidente do IBDEE (Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial), Malu Weber, diretora executiva de Comunicação Corporativa da Bayer, Leandro Provedel, gerente Corporativo de Comunicação e Marca da Engie Brasil, e Roberta Kuruzu, gerente executiva de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Ypê. A mediação foi do sócio-diretor da agência Race Comunicação, Wilson Barros.
Um dos pontos destacados no debate é que a atitude da alta liderança é fundamental para que as corporações tornem-se progressivamente mais inclusivas e transparentes, criando ambientes de fato diversos e em prol da boa governança corporativa. “O apoio da alta liderança é fundamental para que as iniciativas progridam, principalmente nas questões ligadas à diversidade, inclusão e boa governança corporativa. Para [o ambiente] ser inclusivo, é preciso fazer com que todos sintam que pertencem àquele lugar e organização”, afirmou Gabriela Blanchet.
O último painel do Aberje Trends, Memória empresarial e mundo digital: como as organizações preservam sua cultura na era das mudanças mostrou que os ensinamentos dessa época podem apontar para uma tendência nos próximos anos.
A mesa contou com a participação de Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor titular da ECA/USP; Luiz Eduardo Serafim, head de Marca & Comunicação e Líder de Inovação da 3M e Silvia Helena do Amaral, gerente de Relações Governamentais e Comunicação Corporativa da Sylvamo Brasil. A mediação foi feita por Rosana Miziara, Relações Institucionais do Museu da Pessoa.
Na oportunidade, Paulo Nassar citou o pensador francês Paul Ricoer, que afirma que a narrativa organiza a experiência do ser humano, ou de uma comunidade ou de uma instituição, no tempo e no espaço, e acrescentou que a narrativa tem o poder de humanizar uma organização.
A edição deste ano conta com o patrocínio de Bayer; Grupo Energisa; Engie; Gerdau; Itaú; LATAM Airlines; LexisNexis e P3K Comunicação; apoio da Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa (APCE); Apsen Farmacêutica; Sabesp e TRY, com media partner do Estadão.
Destaques
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