21 de junho de 2022

Evento sobre tendências globais, diálogo e conflito abre Aberje Trends que começa nesta semana

Evento online antecede o tradicional Aberje Trends, que este ano acontece presencialmente nos dias 22 e 23 em São Paulo

Evento online antecede o tradicional Aberje Trends, que este ano acontece presencialmente nos dias 22 e 23 em São Paulo

O Warm Up online do Aberje Trends 2022 – evento que será realizado nos dias 22 e 23 de junho e que tem como patrocinadores: Bayer; Grupo Energisa; Engie; Gerdau; Itaú; LATAM Airlines; LexisNexis e P3K Comunicação – foi realizado no dia 15 de junho, reunindo executivos de Portugal e dos Estados Unidos para uma conversa sobre Tendências globais da comunicação: o que funciona dentro e fora do Brasil. O Aberje Trends conta ainda com o apoio da Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa (APCE); Apsen Farmacêutica; Sabesp, Governo de São Paulo e TRY, com média partner do Estadão.

Ao iniciar o Warm Up, o moderador do evento Marc Tawil, instrutor oficial do LinkedIn Learning comentou sobre o tema do ano da Aberje “Diálogo, Conflito e do Consenso”. “Quando falamos em conflito, devemos lembrar que estamos numa sociedade que vem de um tempo pandêmico, existe uma guerra acontecendo na Europa e inúmeras preocupações. Então, a Comunicação, cada vez mais, vem para apaziguar e ser mais assertiva e conectar, por isso a importância do diálogo e do consenso. É preciso buscar o consenso por meio do diálogo, dirimindo os conflitos”.

Marc Tawil

Conflito, diálogo e consenso

Na ocasião, a diretora de Comunicação da BRK Ambiental, Juliana Calsa, lembrou que a Comunicação Corporativa é relevante para além dos ‘muros’ da companhia. “Falar sobre conflito, diálogo e consenso passa muito por falarmos sobre equidade, sobre dar voz às pessoas. Quando a gente proporciona oportunidades de fala para aqueles que não tinham essa oportunidade, estamos contribuindo para esse espaço de consenso, de empatia e da construção conjunta, que tem faltado em nosso país”, comentou. “Nós, enquanto responsáveis pela Comunicação, temos o desafio de converter as pessoas a olharem para a comunicação de uma forma estratégica e muito mais humana e relacional”, complementou.

Marina Willisch

A VP de Comunicação da General Motors, Marina Willisch, comentou sobre a questão cultural da comunicação corporativa em relação ao diálogo. “Sempre vão haver questões culturais que você não conhece. O mais importante é dar lugar de fala para as pessoas para que se sintam empoderadas para o diálogo, para entender se o que você comunicou foi entendido bem pela área e país que recebeu a mensagem, além de ser o mais transparente possível. Comunicar nunca é demais”, frisou.

Utilizando-se da psicanálise, o ensaísta Francisco Bosco, argumentou que o Brasil, enquanto sociedade, está com muitos ‘maus afetos’. “Quando nós temos uma situação de conflito, se nos deixarmos levar pela primeira reação essa reação tende a ser agressiva porque o conflito é algo que, no fundo, ameaça, nossos interesses ou a nossa autoimagem. Esse tipo de comunicação tende apenas a produzir no outro o mesmo tipo de reação, que retroalimenta o conflito e não desativa as condições estruturais que estão produzindo o conflito. E como você desativa isso? Por meio do diálogo, que exige escuta e um certo recuo, para aí sim chegar a um consenso. Lembrando que o objetivo da comunicação não deve ser necessariamente a concordância”, explicou. 

Francisco Bosco

“A primeira tarefa que temos na comunicação brasileira seria dialogar para entender exatamente a realidade brasileira e, a partir daí, tentar produzir um consenso, ou seja, um conflito bem informado e que possa levar a resultados transformadores”, acentuou Bosco.

Para João Machado, presidente da Fundação Ageas de Portugal, a comunicação corporativa muitas vezes se torna uma comunicação comercial e feita para mostrar aos stakeholders e à sociedade civil o quão especial é determinada empresa ou marca. “Nós, da Fundação Ageas, queremos comunicar de uma forma muito mais agregadora do que procurando alguma exclusividade ou um ‘lugar ao sol’. Comunicar não é um padrão; é uma ferramenta que possui muitas nuances que podem ser aplicadas de muitas formas”, disse.

João Machado

As pessoas vêm se comunicando a partir de representações erradas da realidade; a partir de um ambiente muito exclusivo e pouco inclusivo, com pouco entendimento do que é a diversidade e do que é a desigualdade que o Brasil tem. Esse é o pensamento de Juliana Calsa: “a gente se comunica a partir de estruturas construídas para poucas pessoas. As mulheres – metade da população brasileira – ainda ocupam 15% dos cargos de gestão nas empresas, os salários ainda são menores, temos ainda um caminho a tratar com relação à equidade”.

“85% das pessoas que inspiram as mulheres dentro das empresas são homens, porque são eles que estão nas posições de liderança. Temos a necessidade de ser intencional nessas ações para que as mulheres  estejam em todos os espaços, em todos os mercados e em diferentes setores”, salientou Juliana. “Acredito na questão da intencionalidade, para que possamos promover espaços iguais, assim como acredito na nossa necessidade de olhar para uma comunicação que represente, de fato, a realidade, e não a condição de poucos”,  explicou.

Juliana Calsa

Confira a programação completa aqui

Aberje Trends 2022

As Grandes Tendências da Comunicação Corporativa na Era do Metaverso
Local: teatro do Instituto Tomie Ohtake – Endereço: Rua Coropés, 88 – Pinheiros
Data: 22 e 23 de junho
Horário: das 9h às 18h
Inscrições: aqui

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