24 de maio de 2022

9 insights sobre relações institucionais e governamentais para a comunicação empresarial

Congresso Internacional de Relações governamentais reuniu diversos profissionais do setor

Congresso Internacional de Relações governamentais reuniu diversos profissionais do setor

O II Congresso Internacional de Relações Governamentais, idealizado pelo Instituto de Relações Governamentais – IRELGOV, e com o apoio institucional da Aberje, promoveu nos dias 19 e 20 de maio, um debate acerca da geração de valor da atividade de relações institucionais e governamentais (RIG) para empresas e sociedade, bem como seu papel no fortalecimento da democracia. Foram dois dias de conteúdo relevante com várias mesas-redondas que reuniram diversos profissionais do setor.

Confira os principais insights que se relacionam com a comunicação empresarial.

9 insights de RIG:

  • Cadeia de valor: a atividade de relações institucionais e governamentais precisa ser ressignificada e entendida como uma cadeia de valor. “Nós estamos em vários lugares, nas ONGs, nas empresas, nas associações, nas entidades, nos sindicatos. Nós trabalhamos em qualquer lugar que tenha um ator social que queira defender o interesse e participar do processo de política pública”, disse a presidente do IRELGOV e diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Unilever, Suelma Rosa. Nos últimos 20 anos, a atuação de relações institucionais e governamentais evoluiu para uma dinâmica na qual é possível aconselhar empresas, lideranças, conselhos, colegas, departamentos sobre como navegar num ambiente complexo com diversos stakeholders através de considerações sobre questões ambientais, sociais e de governança.
  • Interação e comunicação: além de levar informação, analisar impactos, participar do processo legislativo, interagir com autoridades públicas, interagir com a tecnocracia dos três níveis federais, junto às agências reguladoras, é preciso fazer isso junto à sociedade, continuou Suelma. “Temos que ser responsáveis porque o nosso direito individual não se sobrepõe ao coletivo. Nosso pleito impacta a sociedade. Somos agentes da democracia”, complementou. “Como profissionais da área, nosso papel está sempre se transformando. Eu diria que as pressões, a velocidade da mudança, os problemas e a complexidade só estão aumentando. Devemos moldar nossa carreira ao longo do tempo com o compromisso de mudar as políticas públicas de tal forma que a sociedade se beneficie”, afirmou Devry Boughner Vorwerk, CEO da DevryBV Sustainable Strategies.
  • Estratégias de negócios: por meio das relações governamentais é possível falar em obtenção de novas oportunidades de negócios para as empresas. Na visão de Marina Willisch, vice-presidente América do Sul da GM, é preciso olhar não só para dentro da organização, mas também para o setor na região e no mundo. “A empresa identifica um novo negócio, serviço, produto ou uma nova tecnologia e a gente tem a oportunidade de dividir isso com o governo, por exemplo, para criar políticas públicas que tornem esse investimento possível”.
  • Tecnologia e novo lobby: “no passado era muito mais fácil fazer RelGov. Tudo ficava circunspecto aos bastidores de Brasília, nos meandros do Congresso Nacional. Isso mudou! Transparência é o nome do jogo. A transparência mostra o que você fez e como você fez”, argumentou o vice-presidente do IRELGOV Fábio Rua, diretor de Relações Governamentais para a América Latina e Líder Global de ESG Policy da “RelGov é protagonista, se comunica, se posiciona, representa a empresa publicamente nas mídias sociais, na mídia tradicional cada vez mais. Pra mim, a transparência está em você deixar a sociedade entender quais são os seus objetivos estratégicos”, continuou o executivo. “O profissional que defende interesses específicos única e exclusivamente da empresa talvez não tenha vida longa”, concluiu.
  • Negócios: o profissional de RIG deve entender de negócios. Isso ficou claro com a participação de Edison Terra, vice-presidente executivo da Braskem. “Nos últimos anos, houve uma evolução muito grande da área, que deixou de ser apenas reativa e previsível. Hoje estamos caminhando para um ambiente de negócios mais complexo e precisaremos cada vez mais interagir com outros stakeholders, além das interações tradicionais com clientes e fornecedores”, analisou.
  • Políticas públicas: é preciso entender como a estratégia da empresa está relacionada com as políticas públicas brasileiras. Daniel Bastos, executivo de Segurança da Informação da TOTVS contou que o time de RIG na companhia reporta para o presidente do conselho para que ele entenda como a estratégia da companhia pode ou não ser afetada por uma política pública.
  • Regulamentação da atividade: o equilíbrio entre o que é técnico e o que é político é muito importante para se chegar a um consenso e ter segurança jurídica. “Regulamentação é segurança para a atuação das nossas empresas aqui no Brasil”, frisou Tatiana Porto, diretora da Área de Public Affairs da Sanofi, dizendo que vê uma busca cada vez maior por uma otimização desses recursos para que a atuação do profissional seja mais global. “Regulação, de uma forma geral, é um campo multidisciplinar e isso exige que haja uma conjunção de profissionais para trabalhar com esse tipo de matéria”, disse Jaime Oliveira, head de Assuntos Públicos, Ciência e Sustentabilidade Brasil da Bayer. “A eficiência do nosso trabalho, no sentido de atingirmos os resultados que a gente busca, depende muito da proximidade que temos com profissionais de outras áreas porque o ambiente político é fluido”, concluiu.
  • Relações governamentais e a imprensa: há uma conexão muito forte de relações governamentais com a assessoria de comunicação das empresas, entidades e instituições. Esta é a visão de Eliane Castanhêde, do Estadão. “Para nós, isso é precioso, pois vivemos de comunicação e de informação”, disse. “As empresas não podem viver em suas bolhas. Estamos num mundo globalizado. Jornalista quer informação e capacidade de compreensão. A comunicação é importante e a forma da comunicação também”.
  • Multifacetados: “RelGov, assim como relações institucionais, comunicação, compliance, tem que ser multifacetado, tem que entender um pouco de tudo, tem que ter empatia com a área alheia para que possa de fato contribuir”, disse Olga Pontes, conselheira especialista em Governança, Risco, Compliance e Auditoria e professora da Escola Aberje de Comunicação.

Aberje e atividade de RIG

A Aberje tem conexão histórica com o tema de relações institucionais e governamentais desde os anos 1980. Na área de publicações, lançou os livros Lobby e Comunicação:  A integração da narrativa como via de transformação (2020), de Paulo Nassar e Carlos Parente; Lobby Digital: Como o cidadão conectado influencia as decisões de governos e empresas (2020), de Renard Aron; Relações Governamentais & Lobby: aprendendo a fazer (2016), de Gilberto Galan; e Lobby: o que é, como se faz (2007), de Saïd Farhat. Os livros estão disponíveis na página da Aberje Editorial no portal Aberje. Na imprensa, sua liderança tem artigos sobre o tema publicados nos principais jornais do país, como Folha de S. Paulo e Correio Braziliense. Na área de educação, a Aberje promove a segunda edição do Programa Avançado em Relações Institucionais e Governamentais, com início em 22 de junho.

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