A linguagem das cores como ferramenta de impacto social e ambiental
As cores estão presentes como forma de comunicação no nosso dia a dia. Nas bandeiras hasteadas em praias onde as cores identificam o risco de afogamento, nas linhas do metrô, nos mapas de risco de seca, de contaminação, nos sinais de trânsito, nos conceitos e práticas comunicativas de organizações como mapas de risco ocupacionais, sinalização de segurança, dentre outras.
No caso particular da gestão de resíduos, as cores são utilizadas para identificar os contentores para a deposição dos diferentes tipos de resíduos. No Brasil, são definidas pela Resolução CONAMA Nº 275/2001:
- Azul = papel/papelão
- Vermelho = plástico
- Verde = vidro
- Amarelo = metal
- Preto = madeira
- Laranja = resíduos perigosos
- Branco = resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
- Roxo = resíduos radioativos
- Marrom = resíduos orgânicos
- Cinza = resíduo geral não reciclável ou misturado
Assim como a identificação dos contentores, as ações de informação e sensibilização são necessariamente baseadas em cores. No entanto, nem todas as pessoas veem as cores da mesma forma.
O Daltonismo é um distúrbio da visão que interfere na percepção das cores e pode ser diferenciado de acordo com a gravidade:
Visão normal | Protanopia | Deuteranopia | Tritanopia | Acromatopsia |
Figura 1: simulação dos diversos tipos de daltonismo (Coloradd, 2022)
Segundo o designer português Miguel Neiva, criador do Coloradd, existem cerca de 350 milhões de daltônicos no mundo, 1 em cada 12 homens e 1 em cada 200 mulheres. Em um levantamento realizado pelo grupo, 37% dos daltónicos não conhecem o seu tipo de daltonismo, 42% sentiram dificuldades na sua integração social, 49% sentiram-se constrangidos porque a cor escolhida não foi adequada, 17% foi diagnosticado depois dos 20 anos de idade 88% tem dificuldade ou pede ajuda para escolher o que vestir e 90% pedem ajuda sempre que compram roupas.
Conhecido como o alfabeto das cores, o Coloradd foi desenvolvido para representá-las por meio de símbolos gráficos, de forma a permitir que pessoas daltônicas consigam identificá-las assim como suas tonalidades.
Já é possível encontrar o alfabeto em lápis de cor, produtos de beleza, moda, remédios, jogos, bandeiras que identificam risco de afogamento em praias, estações de metrô, estacionamentos, mapas, sinais de trânsito, coletores de resíduos e dentro outros exemplos.
Na Ecologika, a implementação do código ColorADD teve uma grande aceitação e aderência de todos os Stakeholders: parceiros, fornecedores, clientes e equipe. Além disso, foi a primeira empresa na área de gestão de resíduos no Brasil Licenciada pelo Coloradd.
A identificação dos coletores e caçambas estacionárias, cedidas aos clientes para a deposição dos resíduos, contemplam o símbolo de cada cor conforme o Coloradd e obedecem a Resolução CONAMA Nº 275/2001. Além disso, todos clientes são contemplados com material informativo e palestras.
Figura 2: Coletores identificados com os símbolos de cada cor conforme o Coloradd e a Resolução CONAMA Nº 275/2001.
O Coloradd está associado à pelo menos 3 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: ODS 4 – Educação de qualidade, ODS 10 – Reduzir as desigualdades, ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis, podendo agregar outros ODS`s dependendo da aplicação do Código no produto ou serviço e ampliado para novos ODS`s nos casos em que o daltonismo seja considerado uma deficiência, através da aplicação da interpretação extensiva do DECRETO Nº 3.298/99.
Deixo aqui o convite para que conheçam essa iniciativa fascinante, de importância inquestionável, e espero que compartilhem da emoção do criador Miguel Neiva e daqueles que incorporaram o alfabeto de cores nas suas marcas.
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