19 de maio de 2022
BLOG Agenda 2030: Comunicação e Engajamento

A linguagem das cores como ferramenta de impacto social e ambiental

 

As cores estão presentes como forma de comunicação no nosso dia a dia. Nas bandeiras hasteadas em praias onde as cores identificam o risco de afogamento, nas linhas do metrô, nos mapas de risco de seca, de contaminação, nos sinais de trânsito, nos conceitos e práticas comunicativas de organizações como mapas de risco ocupacionais, sinalização de segurança, dentre outras.

No caso particular da gestão de resíduos, as cores são utilizadas para identificar os contentores para a deposição dos diferentes tipos de resíduos. No Brasil, são definidas pela Resolução CONAMA Nº 275/2001:

  • Azul = papel/papelão
  • Vermelho = plástico
  • Verde = vidro
  • Amarelo = metal
  • Preto = madeira
  • Laranja = resíduos perigosos
  • Branco = resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
  • Roxo = resíduos radioativos
  • Marrom = resíduos orgânicos
  • Cinza = resíduo geral não reciclável ou misturado

Assim como a identificação dos contentores, as ações de informação e sensibilização são necessariamente baseadas em cores. No entanto, nem todas as pessoas veem as cores da mesma forma.

O Daltonismo é um distúrbio da visão que interfere na percepção das cores e pode ser diferenciado de acordo com a gravidade:

Visão normal Protanopia Deuteranopia Tritanopia Acromatopsia

Figura 1: simulação dos diversos tipos de daltonismo (Coloradd, 2022)

Segundo o designer português Miguel Neiva, criador do Coloradd, existem cerca de 350 milhões de daltônicos no mundo, 1 em cada 12 homens e 1 em cada 200 mulheres. Em um levantamento realizado pelo grupo, 37% dos daltónicos não conhecem o seu tipo de daltonismo, 42% sentiram dificuldades na sua integração social, 49% sentiram-se constrangidos porque a cor escolhida não foi adequada, 17% foi diagnosticado depois dos 20 anos de idade 88% tem dificuldade ou pede ajuda para escolher o que vestir e 90% pedem ajuda sempre que compram roupas.

Conhecido como o alfabeto das cores, o Coloradd foi desenvolvido para representá-las por meio de símbolos gráficos, de forma a permitir que pessoas daltônicas consigam identificá-las assim como suas tonalidades.

Já é possível encontrar o alfabeto em lápis de cor, produtos de beleza, moda, remédios, jogos, bandeiras que identificam risco de afogamento em praias, estações de metrô, estacionamentos, mapas, sinais de trânsito, coletores de resíduos e dentro outros exemplos.

Na Ecologika, a implementação do código ColorADD teve uma grande aceitação e aderência de todos os Stakeholders: parceiros, fornecedores, clientes e equipe. Além disso, foi a primeira empresa na área de gestão de resíduos no Brasil Licenciada pelo Coloradd.

A identificação dos coletores e caçambas estacionárias, cedidas aos clientes para a deposição dos resíduos, contemplam o símbolo de cada cor conforme o Coloradd e obedecem a Resolução CONAMA Nº 275/2001. Além disso, todos clientes são contemplados com material informativo e palestras.

Figura 2: Coletores identificados com os símbolos de cada cor conforme o Coloradd e a Resolução CONAMA Nº 275/2001.

O Coloradd está associado à pelo menos 3 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: ODS 4 – Educação de qualidade, ODS 10 – Reduzir as desigualdades, ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis, podendo agregar outros ODS`s dependendo da aplicação do Código no produto ou serviço e ampliado para novos ODS`s nos casos em que o daltonismo seja considerado uma deficiência, através da aplicação da interpretação extensiva do DECRETO Nº 3.298/99.

Deixo aqui o convite para que conheçam essa iniciativa fascinante, de importância inquestionável, e espero que compartilhem da emoção do criador Miguel Neiva e daqueles que incorporaram o alfabeto de cores nas suas marcas.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Patrícia Cardoso Saldanha

MSc. em Engenharia do Ambiente; É bióloga; Téc. Superior de Segurança no Trabalho. Possui mais de 14 anos de experiência na Área Ambiental no Setor público e privado. Atualmente é Diretora de Sustentabilidade na Ecologika.

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