06 de maio de 2022

A reputação do setor de mineração no Brasil é tema de evento do Ibram

Encontro e-Mineração 2022 contou com a participação do professor Paulo Nassar

Encontro e-Mineração 2022 contou com a participação do professor Paulo NassarA reputação do segmento de mineração no Brasil foi tema da terceira edição do tradicional fórum do Instituto Brasileiro de Mineração – Ibram, realizado nos dias 3 e 4 de maio. O e-Mineração contou com rodadas de negócios, palestras técnicas, lives com temas de grande relevância para o setor, pitch de negócios para startups, entre outras atividades, todas pela internet.

O quarto painel intitulado A reputação do setor mineral – Possíveis caminhos na gestão trouxe a sócia fundadora da Oficina e Consultoria de Reputação e Gestão de Relacionamento e sócia do Grupo Inpress, Patrícia Marins, e o diretor-presidente da Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, Paulo Nassar, também professor titular da ECA/USP. O painel teve mediação de Rachel Pessoa, gerente de Comunicação Corporativa da Anglo American do Brasil.

Na ocasião, os participantes discorreram sobre a reputação do segmento de mineração no Brasil, sob o ponto de vista dos diferentes públicos com os quais as mineradoras se relacionam. “Reputação é o vínculo emocional criado com base na percepção coletiva que fazemos sobre a capacidade de uma empresa para gerar valor aos diferentes públicos”, lembrou Rachel. “Essa percepção pode ser diferente de um público para o outro com base nas expectativas, no nível de conhecimento e no tipo de relacionamento que cada um tem com as empresas”, completou.

Ao iniciar Rachel Pessoa destacou conduta e governança como dois aspectos importantes, que estão entre os drivers de maior peso na construção da reputação da mineração do Brasil. Na visão de Paulo Nassar, os públicos que se relacionam com mineradoras formam um tipo especial de memória. “A memória vem do campo das experiências que esses públicos têm com essas organizações. A partir dessa experiência é que esses públicos vão produzir narrativas sobre a organização, sejam boas ou ruins. Há uma série de atividades que precisam ser legitimados por narrativas no nível de representação que está no C-Level hoje, nas direções das empresas nas várias áreas fundamentais para a operação”

“Ampliando um pouco mais, o desafio de representação é maior, que vai de P a P (do Porteiro ao Presidente), todos de alguma forma vão produzir o que chamamos de narrativas que representam o que a empresa está fazendo. A comunicação é o elemento mais importante para que se tenha relacionamentos excelentes”, frisou Nassar. “Uma empresa deve ser útil, deve ser compatível e transcendente. É  nesse escopo que a reputação, a identidade e a imagem é que se dá a nossa conversa. Como vamos trabalhar como comunicadores dentro dessa ideia de ações relacionais para fazer o que eu chamo de educomunicação no nível do C-Level até o nível hierárquico mais simples de uma organização. Esse é um mega desafio que as organizações têm”, complementou.

Patrícia Marins ressaltou que existe uma necessidade muito grande de se tangibilizar a prestação de serviços. “É um setor que gera muitas divisas, é muito representativo no PIB, é um setor que faz a diferença gerando emprego e renda, só que quando a gente olha para índices reputacionais comparados a outros setores também de grande geração de divisa nós não temos o mesmo reconhecimento reputacional”, disse “A reputação eu construo a partir do que eu sou e do que eu faço e como eu ajo a partir da percepção dos outros. E quem são esses ‘outros’? É uma cadeia de stakeholders cada vez mais ampla. Então, como eu sou, como eu ajo, como eu me comunico, o tempo inteiro está sendo julgado não apenas pelo meu funcionário ou pelo agente público ou pela imprensa”, completou. 

“Eu não consigo ver o pilar da reputação se ele não estiver ancorado no pilar do relacionamento. Reputação e relacionamento andam juntos e é por isso que é tão complicado a gente pensar em construir reputação nesse setor. É preciso estar disposto ao diálogo, à exposição, à negociação”, acentuou Patrícia. “Comunicar é comungar, comunicar é negociar, comunicar é conviver; se eu quero construir reputação tenho que estar disposto a conviver com quem não está falando bem de mim. No passado a comunicação era feita pela transmissão de informações. Hoje, a comunicação tem um sentido de igualdade para que haja o convívio. Não dá pra falar em reputação sem trabalhar construção de relacionamento em cadeia. Por isso que o conceito da Comunicação Integrada é vital no setor mineral. Tenho que construir a marca dialogando o tempo inteiro”, salientou.

 

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