O setor industrial é o que mais consome energia no Brasil. Afirmativa que pode ser comprovada a partir de pesquisas realizadas por diversos órgãos especializados, entre eles a “Empresa de Pesquisa Energética (EPE)”. Isso porque, de acordo com os dados do Roadmap de Ações de Eficiência Energética divulgados em 2020, a indústria brasileira responde por mais de 30% do consumo final de energia e quase 40% da eletricidade consumida no Brasil.
Mas como a indústria 4.0 pode contribuir com o processo de eficiência energética no Brasil?
Primeiro vale um esclarecimento sobre o real entendimento do termo “eficiência energética” que tanto tem ganhado visibilidade nos últimos anos e que consta dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável como meta da Agenda 2030 (ODS 7 – Até 2030, dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética).
Em resumo significa realizar o mesmo serviço usando menos energia, ou seja, fazer mais ou a mesma coisa com menos. O que vai ao encontro do que representa a indústria 4.0, também denominada de Quarta Revolução Industrial, que tem como um dos pilares a eficiência energética.
Vale ressaltar que essa indústria 4.0 se caracteriza pelo uso das tecnologias digitais na automatização de processos, melhoria da qualidade de produtos e serviços, redução do próprio consumo de energia dentro da cadeia produtiva, entre outros fatores, como contribuir para uma gestão mais assertiva.
O que garante a permanência das empresas em um mercado cada vez mais competitivo e, em especial, contribuir com a redução dos impactos ambientais visando soluções sustentáveis.
Onde estão os desperdícios de energia dentro da indústria e quais exemplos podemos citar para conter ou minimizar esses impactos?
Conforme a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), 42% da energia consumida pelo setor é desperdiçada a partir dos problemas com iluminação insuficiente e perda de calor.
Com isso, um bom exemplo de eficiência que podemos citar é o da Cimento Apodi, indústria localizada no interior do Ceará, que implantou uma tecnologia denominado de Waste Heat Recovery System (WRHS), único da América Latina, para a autogeração de energia a partir do seu próprio processo produtivo. Dessa forma, gera energia aproveitando os gases de escape, ou o calor do processo de fabricação de clínquer (principal componente do cimento, obtido a partir da queima em altas temperaturas).
Antes de serem liberados pela chaminé, os gases são resfriados, chegando à temperatura ideal para serem expelidos para a atmosfera. Da energia que a fábrica demanda no ano, um total de 24,21% (ou seja, ¼) é gerada por esse sistema. O processo continua sendo otimizado, a fim de se tornar cada vez mais sustentável.
Atualmente, por meio dessa tecnologia, a fábrica está reduzindo cerca de 25% a 30% do consumo de energia elétrica.
Outro exemplo positivo, ainda dentro da Cimento Apodi, é a utilização de inteligência artificial para a automação do moinho que aumenta a produtividade em cerca de 21% a produção de cimento e reduz em 15% o consumo de energia elétrica no seu processo produtivo, ou seja, temos um exemplo claro de como funciona a indústria 4.0 e como a eficiência energética está inserida dentro de um ambiente fabril.
De uma forma geral, para que as empresas consigam se adaptar a esse movimento de mercado e, ao que propõe a Agenda 2030, é necessário investimentos e a tomada de consciência de que essas mudanças são partes de soluções sustentáveis que visam diminuir os impactos ambientais.
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