Aberje e Natura lançam nova obra de Jorge Caldeira em encontro para lideranças brasileiras
Encontro na sede da Aberje em São Paulo reuniu empresários, intelectuais e líderes comprometidos na celebração à obra do autor e da trajetória de Júlio Mesquita
Em celebração para 150 convidados, o sociólogo, jornalista e escritor Jorge Caldeira lançou na última terça-feira (30), no Espaço Aberje Sumaré, em São Paulo, sua mais recente obra “Júlio Mesquita e seu tempo”. O conjunto de quatro volumes acompanha a trajetória de Mesquita, que comandou a construção do jornal moderno como conhecemos atualmente, e fez muito mais, entremeando a vida de jornalista com a de parlamentar eleito e líder partidário que participou das grandes decisões da vida republicana brasileira, como a fundação da Universidade de São Paulo, por exemplo. A obra é resultado de extensas pesquisas, iniciadas em 1999 e tem apoio da Natura.
Para o lançamento exclusivo, o autor participou de um debate ao lado do jornalista e professor doutor Eugênio Bucci. A abertura do evento foi conduzida pelo Diretor-Geral da Aberje, Hamilton dos Santos, e o sócio-fundador da Natura, Luiz Seabra. Anfitriões da noite ressaltaram a importância do trabalho de Mesquita para a construção do jornal moderno, sua profissionalização e desenvolvimento do País, bem como a atualidade da obra, que ilumina os debates contemporâneos sobre as mídias.
“No momento em que nos apresentaram a possibilidade [de apoiar o projeto], pareceu muito inspirador visitar, percorrer, tomar conhecimento de uma história tão rica de alguém que pensou de forma tão visionária. E que, ao pensar adiante de seu tempo, empreendeu e o fez com princípios éticos, coisas que na sua época não eram tão evidentes quando se imaginava uma atividade empresarial de qualquer ordem. Fundou uma nova forma de pensar o jornalismo”, disse Seabra.
Ao longo do debate, Caldeira apresentou o processo de pesquisa e construção da obra. "O jornal que Júlio Mesquita criou é assim: trata das grandes coisas e trata também das pequenas", contou o autor sobre o contexto e a personagem. "Senti nas páginas do livro a mesma vibração que eu sinto no jornal, do qual sou colunista", comentou Bucci sobre as mais de 1.700 páginas que compõem a obra.
Nos livros, o autor narra a trajetória do filho de imigrantes portugueses analfabetos, nascido em Campinas em 1862. Júlio Mesquita aprendeu a ler por acaso, envolveu-se na luta abolicionista na adolescência, estudou direito e, aos 26 anos, em 1888, empregou-se em um jornal com 904 assinantes. Fez a empresa dar lucro e acabou comprando O Estado de S. Paulo. Em 1927, ano de sua morte, o jornal tinha 48,6 mil assinantes. Júlio Mesquita dividiu as carreiras de jornalista e político. Foi vereador, deputado, líder de bancada e dirigente partidário. Esteve envolvido em todas as grandes tramas políticas do tempo, ganhando e perdendo batalhas pela democracia. A narrativa empolgante dá conta das múltiplas dimensões de uma figura excepcional e do jornal que ajudou a transformar o Brasil em um país moderno.
Jorge Caldeira nasceu em São Paulo em 1955. É doutor em ciência política, mestre em sociologia e bacharel em ciências sociais (FFLCH–USP). Sócio-fundador da Mameluco Edições e Produções Culturais, é escritor e possui ampla experiência profissional na área jornalística e editorial. Foi publisher da revista Bravo!, editor-executivo da revista Exame, editor da Ilustrada e da Revista da Folha – do jornal Folha de S. Paulo –, editor de economia da revista Isto É e editor da Revista do Cebrap . É autor de Noel Rosa: de costas para o mar, Mauá: empresário do Império, Ronaldo: glória e drama do futebol globalizado, A construção do samba entre outros (Mameluco), além de ser organizador dos volumes Diogo Antônio Feijó e José Bonifácio de Andrada e Silva , que integram a Coleção Formadores do Brasil e do livro Brasil: a história contada por quem viu. Jorge Caldeira ocupa a cadeira nº 18 da Academia Paulista de Letras.
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