Pesquisa da In Press aponta responsabilidade de influenciadores digitais na quarentena
Reconhecidos por seu poder de engajamento e impacto nos hábitos de consumo e estilo de vida, os influenciadores digitais podem desempenhar um papel chave na disseminação de informações sobre o Covid-19. Pesquisa do YouPix, por exemplo, já comprovou uma pré-disposição de marcas (77%) a trabalharem com esse público em meio à pandemia. Já Kantar fez uma pesquisa, em 30 mercados, indicando que Facebook, WhatsApp e Instagram tiveram um crescimento de cerca de 40% nos últimos meses.
Se por um lado as empresas estão abertas para essa produção de conteúdo e as redes sociais são uma válvula de escape em meio ao isolamento, por outro lado é preciso entender como tais personagens acompanham esse cenário de crise. Por isso, a InPress Porter Novelli – agência associada da Aberje – fez uma pesquisa com 50 influenciadores digitais de diferentes perfis, de portes médio e alto. Mais de 82% dos ouvidos afirmaram estar produzindo conteúdo pensado para os dias de quarentena e 76% deles viu a audiência de seus canais aumentarem no último mês.
Mesmo com audiências em alta, 66% confirmaram que tiveram alguma ação de marca adiada e foram obrigados a rever o planejamento. Eles produzem conteúdo sobre o Covid-19, mas ainda é o entretenimento que ganha mais relevância em seus canais, com mais de 85% do conteúdo produzido, contra 39% de mensagens diretamente relacionadas à quarentena.
Maior parte dos influenciadores ouvidos pelos especialistas em marketing de influência da InPress endossam que o mais importante na interação com seus seguidores é levar soluções e informações para quem está em distanciamento social e mostrar que a marca está ao lado de seus consumidores neste momento de crise em um tom leve característico desse time. E, obviamente, evitar qualquer conteúdo que incite o consumidor a sair de sua casa.
O tom é endossado, por exemplo, por Beto Lima, publicitário e criador de um canal sobre vida em família, o Eu Papai, com mais de 150 mil seguidores. “Estratégias conectadas à realidade do momento, de consumo consciente, dentro de casa, com possibilidade de compra online, sem ostentação e, principalmente, que mostre como as empresas estão cuidando de seus funcionários e da população em geral.”
Já a consultora de estilo Gabriela Ganem, diz que é imperativo manter o equilíbrio entre temas relacionados à crise com temas com os quais sua audiência está habituada. “É preciso encontrar um ponto de equilíbrio e promover ações bacanas que estão acontecendo por conta desse momento. Conciliar entretenimento – já que não sou da área de combate ao vírus – e conteúdo que evidencie que estamos atentos e atuantes. No que diz respeito às marcas, nesse momento, eu faria parceria com qualquer marca que queira fazer uma ação de auxílio ao combate à disseminação da doença e aos vulneráveis”, aconselha a influenciadora, que produz conteúdo sobre estilo e moda no Instagram.
Para Marcelo Cia, head em marketing de influência na InPress, não é hora de estimular o consumo e incentivar a compra de produtos; mas sim se mostrar próximo das pessoas com interesse genuíno no bem-estar social. “Influenciadores, marcas e sociedade: todos estão vulneráveis durante a crise. A marca e seu time de influenciadores devem unir forças para demonstrar estarem próximos da sociedade, entendendo suas necessidades e respondendo a elas com conteúdo relevantes e, sobretudo, úteis”.
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