As lições dos portugueses durante a pandemia
Um artigo de Ruth Manus, publicado dia desses no site Observador, aqui de Portugal, listou as 10 principais características do povo português. Muitas delas que percebemos no dia a dia ficaram ainda mais evidentes neste período crítico em que vivemos. Isso explica muito o fato de Portugal estar administrando bem os casos de covid-19 e achatando a curva de contágio: a mobilização da sociedade, dos empresários, das entidades e associações, dos trabalhos de voluntariado… São lições que entrarão para a memória coletiva como um poderoso divisor de águas para reconstruir não apenas uma nova realidade mas a autoestima nacional.
Os portugueses são amigos – Daqueles que se leva para a vida. Por isso a mobilização de apoio aos vizinhos, aos colegas de infância e família. Todos se ajudam na hora de ir ao mercado ou em um simples telefonema para saber como está tudo.
Os portugueses são prestativos – É imensa a quantidade de pessoas que se colocam à disposição para ajudar a quem mais precisa. Muita gente candidatando-se para trabalhos voluntários, oferecendo serviços e companhia. Os portugueses, de fato, ajudam as pessoas.
Os portugueses são informados – Nunca se viu tanta TV em Portugal quanto agora. Todos ávidos por informação e saber do que acontece no país e no mundo em tempos de isolamento social. O número de acessos às redes sociais também disparou no país.
Os portugueses amam a sua cultura – Valorizam sua história e manifestações culturais como nenhum outro povo. Na ausência dos programas e eventos ao ar livre, ligam-se nas lives de artistas locais nas redes sociais, partilham receitas de pratos típicos, convidam os estrangeiros a lerem mais sobre o país quando as viagens estão restritas, etc.
Muitas dessas características refletem-se também no meio empresarial. O surgimento de marcas engajadas no apoio ao combate ao Covid-19 não é por acaso e nem coincidência.
Nenhuma organização faz isso da noite para o dia. A construção da responsabilidade social corporativa precisa ser consistente e coerente. Colocar o negócio como força de transformação social é para aqueles que têm a Responsabilidade Social Corporativa em seu DNA. Empresas, muitas associadas da APCE (Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa), como a Galp EDP, Sonae, Primavera, Grupo Jerónimo Martins, Super Bock, Vodafone, MEO, NOS, Continente, Lidl, Pingo Doce e Montepio são algumas organizações portuguesas engajadas em causas e que não se furtaram nesse momento de crise, redirecionando suas ações para ajudar a comunidade.
Os CEOs dessas organizações sabem o valor do capital reputacional que terão quando essa crise passar. Por isso não se furtaram em se reinventar em momentos difíceis como esse que vivemos. Essas marcas sabem que se a sociedade em que elas estão inseridas não estão bem seus negócios também não irão bem. Retribuir para a sociedade o que ganharam com ela, adaptar-se ao novo momento redirecionando suas atividades e valorizar o seu público (funcionários, clientes e parceiros).
Essas são as palavras de ordem neste momento em que é preciso demonstrar solidariedade, empatia e amor. E usando a frase que Manus abriu o seu artigo, “Só é possível amar um país quando também amamos seu povo”.
Destaques
- World PR Forum 2024 destaca a influência da comunicação para o bem comum
- Encerramento dos Comitês Aberje de Estudos Temáticos celebra conquistas de 2024 e aponta tendências para 2025
- Vencedores do Prêmio Aberje 2024 recebem troféu em noite de celebração
- Prêmio Aberje 2024 anuncia destaques do ano: Comunicadores, CEO Comunicador, Mídias e premiações especiais
- Missão COP30: e-book de curso preparatório para comunicadores está disponível para associadas
ARTIGOS E COLUNAS
Giovanni Nobile Dias O alarmante retrato da leitura no paísCarlos Parente A comunicação precisa de um olhar menos vazioLeonardo Müller Bets no Brasil: uma compilação de dados e estimativasLeila Gasparindo A força da Comunicação Integrada: unindo Influenciadores e assessoria de imprensaAgnaldo Brito Diálogo Social e Comunicação Corporativa: A Construção do Valor na Era dos Dados