O impacto da empatia nos indicadores da Comunicação Interna
Quanto mais me envolvo em projetos de comunicação e cultura, mais percebo o quanto precisamos evoluir no exercício da empatia. Experimentar outras perspectivas a fim de enxergar além de nós mesmos e da nossa visão de mundo.
Em tempos turbulentos como os que vivemos, a prática da empatia é tão urgente quanto necessária. Se olharmos a questão do ponto de vista da comunicação interna, ela transcende o que pode parecer a “palavra da vez”. Para mim, ela é condição. Não há comunicação efetiva se não alcançamos – de verdade – o público-alvo. E isso só é possível quando conseguimos calçar o sapato do outro. Saber onde aperta e onde não. O que sobra e o que falta.
É bem verdade que sair de uma rotina atribulada para conhecer de perto o dia a dia das pessoas que compõem o tal “público interno”, é um desafio. A correria engole a vontade, e conversas importantes passam para o fim da lista. Quem é o público-alvo daquele plano? Qual é o melhor canal para chegar até ele? Qual é a melhor forma de apresentar determinada mensagem? Conhecemos a realidade, os anseios e as dores dessas pessoas? Perguntamos antes ou lamentamos depois?
A grande maioria dos projetos realizados pela Ideafix traz à tona essa questão: a de que os planos e conteúdos voltados ao público interno consideram somente parte do todo. Muitos diagnósticos revelam investimentos feitos em campanhas, canais e peças que não impactaram devidamente os públicos envolvidos. Entrevistados alegam não terem recebido, não terem conhecimento, ou eventualmente não compreenderem o que foi comunicado.
Quando observamos os indicadores de retenção de mensagens-chave, por exemplo, percebemos o quanto a falta de conhecimento e empatia prejudicam o resultado. Perde-se o tempo investido em planejamento, execução e acompanhamento daquele trabalho; perde-se o dinheiro depositado em algo que não atingiu o objetivo; perde-se a oportunidade de comunicar, envolver, motivar, impactar.
Uma comunicação pode ser efetiva para o público administrativo, mas dificilmente será clara e objetiva para o operacional. O mesmo vale quando pensamos em trabalhadores rurais vs. trainees, por exemplo. Excessos de sofisticação e distanciamento do que é relevante são os principais fatores que impedem a Comunicação de evoluir para o próximo nível.
Considerar as perspectivas de colaboradores, sem pré-julgar o que é importante, reconhecendo suas dores e necessidades é fundamental para o atingimento dos objetivos de qualquer plano, qualquer campanha. Ouso dizer que é a chave para elevar os KPIs (key performance indicator) da área. Se a empatia tem o poder de envolver e transformar, imagine se passar a ser o modus operandi da comunicação nas organizações?
Eis uma animação leve e curtinha da própria Brené Brown sobre empatia (é possível ativar a legenda em português). Vale conferir 😉
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