Novo documentário sobre Reserva Natural Vale mostra trabalho das equipes de combate à caça e a incêndios
Como manter preservada uma área singular de Mata Atlântica no litoral norte do Espírito Santo por 40 anos praticamente intacta? A resposta está no trabalho incansável de uma equipe de 24 vigilantes e inspetores ambientais, que se reversam na chamada “proteção ecossistêmica” da Reserva Natural Vale (RNV), mantida pela multinacional brasileira associada à Aberje, Vale, na região de Linhares. Eles têm a função de combater invasões de terra, coibir a caça, a coleta ilegal de plantas e animais silvestres e de prevenir e controlar incêndios florestais.
O trabalho desses “protetores da mata” é o foco do segundo episódio da série documental do projeto V.Doc para celebrar os 40 anos da Reserva Natural Vale como área oficialmente protegida. A proteção ecossistêmica da RNV foi criada em 1978, no mesmo ano em que a área foi destinada exclusivamente à conservação e à pesquisa científica de fauna e flora, em uma iniciativa inédita no Brasil, reconhecida pelo então Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), órgão sucedido pelo Ibama. “A importância dessas equipes é para que a Reserva permaneça existindo do jeito que está”, afirma Anderson Brito de Aguiar, analista de Segurança Patrimonial da Vale, que coordena o trabalho de proteção ecossistêmica.
Em 1999, a Vale e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela Reserva Biológica de Sooretama, contígua à RNV, assinaram um convênio e a proteção ecossistêmica foi estendida àquela área também. Juntas, elas somam quase 50 mil hectares, representando um dos últimos grandes remanescentes da Floresta de Tabuleiro, que, por ser plana e estar na região litorânea, é uma das formações florestais atualmente mais ameaçadas do bioma Mata Atlântica.
A importância dos vigilantes e inspetores ambientais pode ser medida em números. Entre 2015 e 2017, foram apreendidas nas reservas Vale e Sooretama 182 armas de fogo e branca; 452 equipamentos de caça foram destruídos; e 102 caçadores, presos.
Hoje a Reserva Natural Vale tem catalogadas cerca de 5 mil espécies de plantas e animais, entre os quais mais de 160 estão ameaçadas de extinção e 64 são consideradas endêmicas. Por promover e disseminar no seu âmbito e entorno atividades ligadas à proteção da biodiversidade, desenvolvimento sustentável e à produção de conhecimento científico sobre a Mata Atlântica, no ano de 2008, a Reserva Natural Vale recebeu o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, conferido pela Unesco. O título foi renovado duas vezes, respectivamente, em 2013 e 2017.
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