17 de agosto de 2017

Jogos lúdicos no ambiente corporativo

“Infelizmente, preocupamo-nos em fazer coisas sérias e úteis e relegamos a segundo plano o sonho, a fantasia e a poesia”. A frase da psicóloga Regina Fourneaut Monteiro diz respeito à nossa tendência de colocarmos a espontaneidade e a criatividade em segundo plano à medida em que deixamos a infância e nos tornamos adultos. O livro “O lúdico nos grupos” escrito por Regina, revela o quão estimulante e enriquecedora esse tipo de abordagem pode ser quando bem aplicada, tanto em grupos terapêuticos, quanto em ambientes educacionais e profissionais.

Os jogos sempre desempenharam papel importante na humanidade, mas com o passar dos anos, se restringiram, praticamente, às crianças e, quando não, tomando um caráter competitivo. “Houve um abandono do lúdico para nos tornamos adultos sérios, uma ilusão, pois a seriedade não exclui o jogo, ao contrário, ele a inclui”, pondera Regina.

Para a psicóloga, conforme as pessoas são convidadas a “brincar”, é oferecida a elas uma forma de atuação descontraída no mundo do “como se”. “Assim, o nível de tensão torna-se muito baixo, pois se trata de uma situação permissiva e protegida, com regras a serem cumpridas, o que facilita o aparecimento de respostas espontâneas e criativas”, aponta a psicóloga.

Se nos voltarmos especificamente ao universo organizacional, que é o que mais nos interessa aqui, o uso do lúdico pode ser muito eficiente em momentos ou cenários de tensão, quando os papéis são engolidos, os profissionais não conseguem encontrar uma solução adequada e paralisam. Nesses casos, a introdução de trabalhos que envolvam essa metodologia é uma alternativa que auxilia equipes a terem respostas novas e adequadas tanto para situações inéditas, como já conhecidas.

Mas para que os jogos lúdicos sejam, de fato, efetivos para um grupo de profissionais e tragam bons resultados, é necessário que haja uma forte preocupação com a escolha da atividade. “Só terá sentido o jogo certo na hora certa! Não faz sentido utilizá-lo para ‘fazer qualquer coisa’”, alerta.

Brincar é permitir-se, e essa permissão pode ser um tanto quanto benéfica para a performance de uma equipe. Por que não tirar proveito disso?

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Maria Paula Girardi

Formada em Administração de Empresas pela FAAP, com extensão em Psicodrama pelo Sedes Sapientiae e Master in Administration em Liderança e Gestão de Pessoas pela FGV-SP, Maria Paula Girardi atua na área de Recursos Humanos desde 2005. Iniciou sua carreira no Grupo Abril na área de Gestão de Desempenho e permaneceu nesta empresa durante nove anos, quando ocupou uma função gerencial. Em 2014, decide enfrentar um novo desafio de gerenciar a área de Recursos Humanos de uma empresa familiar. Após um ano, une-se à Christiano Moreno com o objetivo de atuar em projetos estratégicos de Recursos Humanos direcionados a empresas de diferentes porte e segmentos.

  • COMPARTILHAR: