O que te motiva? Vamos retomar o “óbvio”?
Refletindo sobre essa questão “O que te motiva” confesso que fiquei reticente em escrever a respeito. É porque ela soa como bater em uma tecla que parece desgastada. Mas me motivei (risos) a escrever porque acredito que o tema ainda merece reflexão e, principalmente, ação.
Já que estamos falando em motivação, que tal resgatarmos o seu conceito? Para isso, solicitei, informalmente, a alguns profissionais e amigos que conceituassem o termo e coletei depoimentos interessantes. Abaixo, alguns trechos:
– A possibilidade de construir algo novo. Um projeto, uma relação, uma conquista, uma ajuda. Vem do desejo de ser útil, vem da alma, vem do ser e não do ter.
– Vem de um novo projeto, da vontade de fazer alguma coisa diferente, de criar algo novo! De mudar!
– Meu nível de motivação está relacionado a um sentido e propósito: quanto mais alinhado com os meus valores e crenças, mais me sinto motivada.
– É o que te leva à ação, o que te move, que te leva aos resultados que quer alcançar.
Família e filhos felizes, um trabalho que me satisfaça, justiça, amor.
– Desenvolver algo que será de retorno considerável para a sociedade ou para alguém.
– O desafio de fazer algo diferente. Pouco usual e que faça diferença já é motivacional mesmo antes de resultados.
– Tentar fazer o melhor que posso. Ser o melhor que conseguir. Vem de dentro. Dos sentimentos, do mundo dos sonhos.
– É ser desafiado, ter a chance de “ganhar”, não importa o quê. É o sentimento que cada um descubra daquilo que te inspire a ser melhor.
A síntese dessas colocações pode ser descrita por Locke (2000) que descreve que a motivação é representada por quatro conceitos-chave: necessidades, valores, emoções e objetivos/intenções.
Se observarmos os depoimentos acima, refletirmos sobre nós e avaliarmos os profissionais em geral, perceberemos que a motivação é algo pessoal, vem de uma vontade de fazer, de uma inspiração, de algo que precisamos, que irá nos gerar um resultado e satisfazer a uma necessidade/desejo.
Trazendo para o universo empresarial, a motivação representa importante propulsor do desempenho organizacional. Ancora-se aí o desafio dos gestores em perceberem
a motivação individual dos membros da sua equipe para alcançar resultados coletivos. É a partir daí que deve-se elaborar e adotar práticas de gestão de pessoas personalizadas.
Para isso, não apenas pesquisas de clima são importantes, mas realmente capturar os fatores motivacionais das pessoas. Existem aqueles que se movem pela inovação, pelo desafio; outros, pelo prazer em ajudar ou para fazer a diferença. Alguns se sentem motivados por poder se dedicar à sua família ou simplesmente sonhar após um longo dia de trabalho. Ah! Não nos esqueçamos daqueles que ao menos sabem o que os movem, simplesmente vão… Esses, sim, é que são complicados de gerenciar!
Vale destacar que, segundo alguns autores, “os indivíduos desejam coisas específicas em determinadas épocas e reagem aos estímulos encontrados no decorrer do caminho” (CARSRUD; BRANNBACK, 2011; GOLLWITZER; OETTINGEN, 2012). O que significa que os indivíduos adotam comportamentos distintos em diferentes momentos da vida, seja por motivos intrínsecos e/ou extrínsecos.
Me diga, então: se as pessoas são diferentes, se os momentos de vida mudam ao longo do tempo, se elas sofrem influência de fatores internos e externos frequentemente, vale ou não vale bater mais nessa tecla? A motivação é sua e é você quem decide.
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