Mulheres na comunicação corporativa: desafios e avanços na busca por equidade

Na última sexta-feira (07), em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Aberje promoveu o evento online “As mulheres e o mercado da Comunicação Corporativa no Brasil”. O debate reuniu Ana Paula Rocha, coordenadora de Marca e Reputação na Randoncorp e diretora do Capítulo Aberje Rio Grande do Sul; Mônica Alvarez, gerente de Comunicação Corporativa na Alubar Global Management e diretora do Capítulo Aberje Amazônia; e Paula Hermont, gerente de Interlocutores na Diretoria de Licenciamento Ambiental da Vale e diretora do Capítulo Aberje Minas Gerais. A mediação ficou a cargo de Phillipe Deschamps, gerente de Cultura e Comunicação Corporativa da State Grid Brazil e diretor do Capítulo Aberje Rio de Janeiro.
Com um mercado de comunicação majoritariamente feminino – 70% das profissionais da área são mulheres, segundo pesquisas da Aberje –, as participantes começaram o debate falando sobre a importância da presença masculina (representada por Phillipe Deschamps) para a promoção da equidade de gênero. Ana Paula Rocha reforçou que equidade significa um olhar inclusivo para toda a sociedade, não apenas para grupos específicos. “Devemos trabalhar a figura do aliado. Quanto mais trouxermos essas pautas de forma ampla e mostrarmos que elas são importantes para o avanço da sociedade, mais adesão nós teremos”, afirmou.
“Ao longo da minha carreira, aprendi a inserir a pauta feminina na conversa com as lideranças. O viés feminino só traz benefícios para o negócio e para a estratégia”, pontuou Mônica Alvarez, ao abordar os desafios de atuar em um ambiente industrial predominantemente masculino. Paula Hermont compartilhou a experiência da Vale, que em 2020 estabeleceu um compromisso de dobrar a presença feminina na força de trabalho até 2025. “A meta foi alcançada em 2024, e hoje as mulheres representam 26% do quadro de colaboradores da empresa”, celebrou. Paula concluiu sua fala reforçando a importância da intencionalidade na promoção das pautas de DEI, com o apoio de Mônica e Ana Paula.
O futuro da DEI nas empresas
Diante da reavaliação de programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) por algumas empresas (especialmente nos EUA, na esteira da eleição de Donald Trump), as participantes reforçaram a necessidade de compromissos sólidos e autênticos. “Se uma empresa tem estratégias de DEI genuínas e intencionais, ela se manterá firme, independentemente do governo da vez”, destacou Ana Paula Rocha, lembrando que “os governos passam, a empresa fica”. Na Alubar, a estratégia busca contemplar “todas as pessoas em todos os cargos”, com abordagem focada na ascensão interna. “Antes de buscar talentos no mercado, olhamos para dentro da empresa, garantindo oportunidades para todos”, afirmou Mônica Alvarez, explicando como a organização vem desenvolvendo mulheres para cargos de liderança.
O evento também abordou a importância da inclusão de pessoas com deficiência (PCDs) no mercado de trabalho. Na Vale, segundo Paula Hermont, há uma busca constante por ferramentas que viabilizem a inclusão real. “A escuta ativa e pequenas adaptações podem fazer uma grande diferença para essas pessoas”, reforçou Ana Paula Rocha, ao comentar sobre o grupo de afinidade para PCDs na Randoncorp, citando a importância da comunicação interna como ferramenta essencial para impulsionar a equidade e retomando o papel dos aliados na busca por diversidade, equidade e inclusão. “Os colaboradores percebem quando a empresa está realmente comprometida. Antes de comunicar externamente, é preciso construir uma base sólida internamente”, destacou Mônica.
“Não conseguimos avançar sem apoio umas das outras”, concluiu Mônica Alvarez, reforçando a necessidade de construção de redes de apoio entre mulheres e da comunicação interna como ferramenta essencial para engajar e sensibilizar sobre equidade de gênero.
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