30 de março de 2023

Como encontrar o equilíbrio na liderança participativa?

Publicado originalmente no LinkedIn, em 30 de março de 2023

Uma das boas atitudes que tomei em minha carreira foi observar como os melhores líderes atuavam em relação a suas equipes. Independentemente do lugar onde esteja em uma organização, a visão pode ser amplificada e exemplos certamente serão encontrados em todos os níveis. O fato de ter frequentado a alta direção nos últimos vinte anos, no entanto, permitiu-me testemunhar como algumas lideranças agiam na tomada de decisão em momentos de maior tensão para os negócios ou mesmo quando as janelas de oportunidade se abriam.

Aprendi com chefes, pares, subordinados e mesmo com lideranças transversais à minha posição, que é possível definir uma estratégia eficaz para envolver equipes em projetos e processos internos no sentido dos caminhos a escolher, porque foi dessa forma que obtive os melhores resultados também.

Uma das premissas desse perfil de liderança é saber dosar a participação e deixar espaço para que os liderados contribuam. Isso pode ser um desafio, especialmente para aqueles acostumados a tomar todas as decisões. As observações que fui fazendo ao longo do caminho apoiaram-me na construção de um modelo simples de melhores práticas para encontrar o equilíbrio na liderança participativa:

  1. Defina claramente os objetivos e metas da equipe, envolvendo cada um dos membros nesse processo.
  2. Permita que os liderados contribuam com suas ideias e opiniões, valorizando essas contribuições e fazendo contrapontos necessários para eliminar riscos e estimular perspectivas que não estão sendo levadas em consideração.
  3. Tome decisões de forma colaborativa, ouvindo sugestões ou críticas a fim de chegar a um consenso.
  4. Delegue tarefas e responsabilidades de forma justa e equilibrada.
  5. Mantenha uma comunicação permanente, de forma transparente e aberta, catalisando as informações relevantes para compartilhar com todos, uma vez que as ações individuais em um trabalho em equipe geram consequências que podem afetar o trabalho de cada uma das partes e possivelmente do todo.

A liderança participativa é um ótimo caminho para adotar em uma gestão, porque engaja, motiva e estimula o crescimento de todos. Além disso, estar apoiado na oxigenação de ideias dá fôlego para a quantidade de iniciativas que precisa ser administrada no dia a dia. O que não quer dizer que ela deva ser aplicada em 100% dos casos. Algumas situações específicas surgirão e a decisão unilateral será necessária. A solidão na liderança às vezes é um preço a pagar.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Luis Alcubierre

Luis Alcubierre é executivo de Comunicação Corporativa, Relações Institucionais e Governamentais há mais de 25 anos e hoje atua como conselheiro para a América Latina da Atrevia, agência espanhola de PR e Corporate Affairs, além de liderar o escritório Advisor Comm. É também palestrante, mediador e mentor. Formado em Comunicação Social pela FIAM, possui pós-graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e MBA pela FIA-USP, com diversos cursos de gestão de liderança e negociação realizados em instituições como IESE, Berlin School of Creative Leadership, Columbia Business School, Universidad Adolfo Ibañez, Escuela Europea de Coaching, Fundação Dom Cabral, IBMEC e FGV. Foi diretor de Comunicação e Assuntos Corporativos de empresas como Kellogg, Pernambucanas e Samsung, onde teve responsabilidades adicionais pela Comunicação na América Latina. No Grupo Telefônica, assumiu a Direção Global de Marca e Comunicação da Atento em Madrid, na Espanha, sendo responsável pela gestão da área em 17 países. Passou ainda por Dow Química, TNT (adquirida posteriormente pela Fedex) e Rede (antiga Redecard), tendo iniciado sua carreira no rádio, nos sistemas Jornal do Brasil e Grupo Estado. Também foi membro do Conselho de associações ligadas às indústrias de alimentos, varejo, vestuário e mercado financeiro, onde teve importante papel negociador em distintas esferas de governo.

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