15 de outubro de 2024

Tecnologias humanas

O fervo no mundo da Comunicação Interna é o mesmo de todos os outros mundos: inteligência artificial. Quando associada à gerenciamento de dados, então, temos o verdadeiro combo que vem mexendo em todos os mercados da Comunicação.

Eu fui ao CONAREC 2024 a convite da Aberje e trago algumas coisas que vi e ouvi por lá. Mas antes, deixa eu te contar que o tema desta edição foi IA & CX – A revolução definitiva. Neste caso, CX quer dizer Customer Experience, mas a gente pode fazer todos os paralelos possíveis com a experiência do colaborador e do candidato nas suas respectivas jornadas.

Embora a inteligência artificial esteja no centro das atenções, não basta utilizá-la de forma indiscriminada. Samir Palma, professor da ESMP, adverte que “não adianta fazer qualquer coisa com IA, mesmo que seu chefe esteja cobrando”. O primeiro passo é entender o problema que se deseja resolver e, só depois, avaliar se a IA é a solução adequada, como enfatizou a Fernanda Toscano, VP de Tecnologia e Inovação do Burguer King.

Tudo faz som, mas a gente precisa entender o que é música e o que é ruído, para garantir que nossos colaboradores estejam informados, sabendo tudo sobre a empresa, engajados e no caminho certo. E um possível uso que pode nos ajudar a fazer isso é deixar que a IA conheça os times. Segundo Adilson Lavrador, Diretor Executivo de Operações, Tecnologia e Sinistros da Tokio Marine Seguradora, uma inteligência artificial que acompanhe as pessoas e conheça os desejos delas pode ser melhor que uma pesquisa NPS, que nem todo mundo responde e alguns respondem com receio.

E aqui entra a segunda aplicação tecnológica mais citada na convenção: a análise de dados. Na prática, o uso de dados para personalizar a jornada do consumidor pode gerar grandes resultados. Um exemplo disso é a Chevrolet, que, segundo Vitor Miguel, VP de Data & Business Growth da WMcCann, utiliza dados para entender o momento de vida das pessoas e oferecer o modelo de carro adequado. Se uma pessoa se casou, um SUV pode ser uma sugestão; se foi promovida, um carro mais potente pode ser a oferta ideal. Será que podemos pensar em formas de usar esse mesmo jeito de pensar para os colaboradores?

A inovação tecnológica, o uso de dados e a conexão com o propósito não são caminhos isolados, mas sim partes interligadas de uma transformação organizacional. Ao usar a tecnologia para fortalecer as conexões humanas, construir ecossistemas poderosos e criar uma cultura sólida, as empresas se posicionam de forma mais competitiva e preparada para o futuro.

Mas, acima de tudo, o sucesso só é completo quando feito com leveza, paixão e propósito. E mesmo em um painel com o nome de “Transformando Experiência em Resultado”, a mensagem foi clara: Manter as pessoas apaixonadas pelo que fazem é essencial para a sustentabilidade de qualquer empresa.

Quando há uma conexão clara com o propósito, colaboradores se sentem motivados e engajados, o que reflete diretamente no sucesso da organização. Para Silvinia Mirabella, General Manager da EssilorLuxxotica, a chave está em “usar a tecnologia a favor das conexões humanas”, destacando que, mesmo em um ambiente altamente digital, o foco deve ser sempre em criar e manter laços genuínos.

Não se engane. A tecnologia é incrível, mas a verdadeira experiência positiva ainda vem de interações muito humanas, e que bom que temos a possibilidade de usar toda essa inovação a favor destas conexões.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Lucas Bosco

Publicitário e designer, com mais de 10 anos de carreira na Comunicação Interna de grandes empresas do Rio de Janeiro, que descobriu no mundo do Employer Branding um jeito de reinventar sua trajetória e contribuir estrategicamente para o desempenho das empresas.

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