28 de março de 2024

A hora e a vez da escuta ativa

Construir um ambiente de trabalho harmonioso, capaz de atender expectativas e necessidades tão diversas trazidas por funcionários pode ser um desafio para muitas empresas. A criação de mecanismos de escuta ativa do público interno e momentos de troca e proximidade com a liderança tem sido algo essencial para que organizações possam absorver essas demandas. São medidas relativamente simples que podem gerar valor e trazer resultados enormes – para empregados e, consequentemente, para clientes e acionistas.

Recentemente, o Instituto Gallup, reconhecido por divulgar pesquisas sobre o universo corporativo, publicou um relatório que levou em consideração dados coletados entre abril de 2022 e março de 2023 em mais de 160 países, mostrando que 77% dos trabalhadores não estão engajados, ou seja, não estão envolvidos com o objetivo do empregador. Os números chamam a atenção, principalmente quando consideramos que os empregados, independentemente do nível hierárquico a que pertencem, podem propor ideias, sugestões e soluções a problemas ligados diretamente aos resultados da empresa.

Para dar espaço e ouvir este público é preciso ir além. A 21ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos, organizada pela Companhia de Talentos e realizada com mais de 117 mil pessoas, apontou que “sentir que é ouvido(a)” foi a resposta mais citada em pergunta sobre como um bom líder deve proceder para que sua equipe se sinta apoiada. Essa é mais uma sinalização sobre a importância da escuta ativa, fazendo com que o ambiente empresarial seja mais participativo e acolhedor, onde o funcionário sinta sua importância e  seu valor, de forma que isso contribua para seu próprio crescimento profissional e impulsione o crescimento organizacional.

Funcionários são seres humanos com particularidades. É preciso ouvir mais do que falar, abrir espaços para diálogos transparentes, ampliar a relação entre as equipes e seus gestores. A abertura para uma conversa é a oportunidade de o gestor perceber os ambientes de perto, atentar-se para as expectativas, anseios, frustrações e medos dos funcionários, entender esses sentimentos e acolhê-los. Assim, podem ser criadas relações de confiança e ambientes com maior engajamento.

Na Mosaic Fertilizantes, criamos, em 2018, o Café com LMF (Liderança Mosaic Fertilizantes). São momentos de bate-papo presencial dos funcionários com a alta liderança da empresa – até meados de 2023, presidente e vice-presidentes e, desde então, também diretores e gerentes sêniores –  realizados  mensalmente, em esquema de rodízio entre todas as nossas unidades no Brasil e Paraguai. Na pauta, são discutidos temas estratégicos, como meio ambiente, saúde e segurança, questões relacionadas à área Comercial, resultados e ações de diversidade e inclusão e trabalhos de sustentabilidade. Além disso, os funcionários têm a oportunidade de fazer perguntas às lideranças a fim de esclarecer as mais variadas dúvidas, o que torna esses encontros únicos, pois nenhum acaba sendo igual ao outro. A cada edição, também são reconhecidos os empregados que desempenharam resultados ou projetos que mereçam ser compartilhados ou são exemplos de boas práticas e comportamentos do modelo de liderança da companhia. Principalmente, é o momento de ouvirmos esse público.

O Café com LMF é uma ação de comunicação consolidada e muito bem aceita entre os times, contando com um índice de satisfação de 99% entre os participantes. Por ano, são mais de 20 encontros que levam nossa alta liderança para uma agenda dedicada aos funcionários em mais de dez estados brasileiros, além do Paraguai. Como o setor de fertilizantes é considerado serviço essencial, mantivemos nossas operações na pandemia, período em que o Café foi mantido virtualmente e assumiu ainda mais importância, sendo fundamental para que mensagens estratégicas chegassem aos funcionários por meio dos executivos, em um momento em que alinhamento, diálogo, proximidade e transparência se mostraram ainda mais necessários.

A escuta é tão marcante no Café com LMF que até mesmo a programação foi alterada para atender às sugestões dos funcionários, com edições exclusivas voltadas aos times Comercial e equipes técnicas de operações. Outro exemplo interessante é perceber como as demandas trazidas nos bate-papos estão alinhadas à pauta estratégica da empresa, como diversidade e inclusão, para as quais temos metas globais. No ano passado, fizemos 23 Cafés com LMF, contando com a presença de mais de 400 participantes e, em 2024, quando a iniciativa completa cinco anos, devemos ter ainda mais alcance com edições no Peru e a criação de town halls para agregar um público maior e mais participativo. Desde a primeira edição, em 2018, já tivemos mais de 2 mil participantes em cerca de 140 Cafés, o que nos dá muito orgulho da consistência, longevidade e engajamento da liderança que conduz e dos funcionários participantes.

Se as lideranças querem estar próximas e construir resultados sustentáveis, é preciso que revejam o tipo de relacionamento que vêm construindo com os profissionais que integram suas equipes. É necessário ouvir, debater e pensar junto em soluções. Na Mosaic Fertilizantes, acreditamos que agindo assim tornaremos a empresa cada vez mais responsável, inovadora, colaborativa e motivadora.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Milena Siqueira

Milena é mãe de dois meninos e gerente sênior de Comunicação da Mosaic Fertilizantes, com histórico profissional sempre ligado aos setores de mineração e agronegócio. Possui experiência em Comunicação Interna e Externa, Planejamento de Comunicação, Gestão de Crises, Gestão de Mudanças e Planejamento Estratégico. É pós-graduada em Gestão Estratégica em Comunicação Empresarial e Relações Públicas pela Universidade de São Paulo - Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP).

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