“O Brasil tem tudo para ser a maior potência mundial”, afirma o empresário português Miguel Setas
“O Brasil tem tudo o que é necessário para ser a maior potência do mundo”, afirmou o empresário português, Miguel Setas, autor do livro Gigante pela Própria Natureza – Liderança além do ESG na maior potência ecológica do mundo (Editora Gente), durante entrevista ao jornalista Roberto D’Avila, realizada ontem (5) no auditório da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje. O encontro encerrou as atividades do ano do LiderCom – grupo de líderes da Comunicação Corporativa da associação – em evento aberto a associados e ao público geral.
Setas acredita que o Brasil pode liderar as agendas climática e de sustentabilidade mundiais ao reconhecer seus recursos naturais e sua rica biodiversidade como ativos estratégicos e vantagens competitivas. “O Brasil tem a melhor floresta tropical do mundo, a maior reserva de água do planeta e a maior biodiversidade do mundo. Esse país é a maior potência mundial do século 21”, arrematou.
Na oportunidade, o empresário contou como se adaptou ao Brasil, onde viveu por 13 anos. “Cheguei ao Brasil com uma cabeça formatada pela Europa e aqui descobri um mundo novo. Essa experiência me transformou”, confessou o executivo formado em Engenharia Física, que acumula mais de 25 anos de experiência em funções de liderança nos setores energético e de infraestrutura.
“A liderança brasileira é completamente diferente da europeia. O brasileiro tem uma visão positiva da vida e um modo de pensar diferente. Aqui eu descobri um jeito brasileiro de ser nos negócios e de viver o dia a dia”, disse, comentando sobre o hábito brasileiro de tomar um cafezinho e fazer negócios ao mesmo tempo. “Nessa hora as pessoas falam coisas relevantes”, destacou o empresário que desde abril preside a CCR, grupo de mobilidade e concessão de rodovias.
O empresário também esteve à frente da EDP Brasil, subsidiária da empresa portuguesa de distribuição de energia elétrica, oportunidade em que vivenciou duas culturas diferentes. “Temos que ter a capacidade de juntar as culturas visando uma cultura melhor. De certa forma, as organizações acabam ficando condicionadas a algumas características culturais ligadas a fortes traços regionais”, ponderou. “A cultura europeia traz o sistema, o método, o compliance, a regra e a cultura brasileira traz o otimismo, a inovação, a criatividade, a resiliência, a capacidade de gerenciar crises e de encontrar soluções. Temos o melhor do método e o melhor da inovação numa única cultura”, salientou.
Quanto à gestão de crises, Setas ressaltou que para lidar com elas é preciso estar atento ao curto prazo, mas não deixar de lado o longo prazo. “Se o líder se consome numa agenda de curto prazo ele perde o ponto estratégico e passa a ser um ‘resolvedor’ de pepinos. Na gestão da crise, deve-se ter uma visão integradora, porque ela traz várias consequências”, destacou. “Com a experiência, aprendi a olhar para a crise como uma oportunidade, pois ela traz ensinamentos e se não cuidarmos da causa-raiz, elas se tornam recorrentes. Temos que estar atentos aos sinais antes delas ocorrerem”, disse.
Na oportunidade, Miguel Setas também falou sobre a importância da comunicação. “Eu respeito muito o trabalho dos comunicadores e como um líder eu diria que uma boa comunicação contribui com mais de 50% para o sucesso. Uma má comunicação pode tornar um líder ineficaz. Gosto de olhar para a comunicação de forma estratégica e a eficácia dessa comunicação depende dos pequenos detalhes, da palavra certa no momento certo e no tom correto”, avaliou.
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