03 de agosto de 2023

Comunicação efetiva: diálogo além das palavras

Quando falamos em comunicação logo vem à mente a ideia de palavras, sejam elas verbalizadas ou escritas. Estas duas são obviamente importantes, entretanto, está cada vez mais em alta a discussão acerca da comunicação não verbal e seu poder de transmitir informações ainda mais poderosas, como sinais e pistas sobre as nossas emoções, atitudes, intenções e até estado de espírito. Na área de comunicação, estamos sempre em busca da chamada “comunicação efetiva”, aquela capaz de entregar mensagens de forma eficiente, atingindo um determinado público sem quaisquer ruídos entre o transmissor e o receptor.

Para explorar essa questão mais a fundo e consciente de que essa temática evoluiu consideravelmente devido à adaptação aos novos modelos de trabalho, recentemente, promovi uma enquete em meu LinkedIn para entender quais são as principais diferenças que as pessoas notam entre comunicação online e offline. A opção mais selecionada foi “depende do contexto/situação”, o que me gerou diversos insights.

No ambiente online, a ausência de linguagem corporal e do tom de voz cria uma brecha para interpretações e pode dificultar a compreensão da mensagem, mesmo com o uso de recursos visuais como o vídeo – muito utilizado em nossas conferências do dia a dia. Já no offline, as expressões corporais, também chamadas de não verbais, desempenham um papel fundamental ao reforçar tudo o que está sendo dito, acrescentando muitas vezes camadas que geram um impacto ainda maior.

O antropólogo estadunidense Ray Birdwhistell estudou por anos a cinética – compreensão dos movimentos do corpo humano como parte do processo funcional da comunicação – e chegou à conclusão de que aproximadamente 60% da comunicação humana é não verbal. Isso nos leva a crer que, como profissionais da comunicação e como seres relacionais em sua essência e natureza, garantir uma comunicação eficiente em todos os âmbitos requer a aplicação de certas estratégias e habilidades, especialmente em um cenário de constante mudança nos modelos de trabalho, impulsionado por avanços tecnológicos e adaptação às novas realidades.

Pensando nesse desafio, reuni dicas que considero fundamentais para assegurar uma comunicação eficiente:

  • Clareza e objetividade na expressão: independente do meio utilizado, seja o mais claro e objetivo possível, adotando o uso de uma linguagem simples e direta para diminuir a chance de ambiguidades ao transmitir suas ideias.
  • Seja consciente da linguagem não verbal: diferentes histórias requerem gestos e entonações diferentes. Preste atenção à sua linguagem corporal, expressões faciais e tom de voz, utilizando-os a seu favor. Esses elementos podem transmitir mensagens poderosas e influenciar a compreensão, confiabilidade e interpretação das suas palavras.
  • Ouça ativamente: a comunicação eficiente não envolve apenas falar, mas principalmente ouvir com atenção. Tenha interesse no que a outra pessoa está dizendo, faça perguntas relevantes e demonstre compreensão.
  • Conheça sua audiência: leve em consideração quem é o seu interlocutor, suas necessidades, interesses e nível de instrução acerca do assunto e ajuste sua comunicação de acordo, adaptando conforme a audiência.
  • Escolha o meio de comunicação adequado: nem todas funcionam em todos os meios. Considere quando é mais apropriado conversar pessoalmente, por telefone, por e-mail ou por meio de outras ferramentas de comunicação, dependendo da natureza e urgência da mensagem.
  • Peça feedback: para garantir que sua mensagem tenha sido entendida corretamente, peça feedback ao receptor. Pergunte se eles entenderam sua mensagem e se têm alguma pergunta ou dúvida.
  • Pratique empatia: Busque entender o outro e tente explicar para si mesmo o que deseja comunicar. Entenda as perspectivas e emoções do seu público-alvo. Isso ajuda a estabelecer uma conexão e a adaptar sua comunicação às necessidades e expectativas da outra pessoa.
  • Esteja aberto ao diálogo: esteja disposto a ouvir opiniões diferentes e a considerar outras perspectivas. Isso promove um diálogo saudável e ajuda a evitar mal-entendidos.
  • Utilize exemplos reais e conte histórias: as vezes a melhor forma de se comunicar é por meio de uma boa história, tornando o conteúdo mais compreensível e inesquecível para o receptor. O storytelling é hoje altamente valorizado no mercado.

Lembre-se de que a prática é o melhor caminho para melhorar a sua comunicação. Teste diferentes meios e formatos até achar aquele em que se sente mais confortável. Quanto mais você praticar e refletir sobre suas interações, mais irá melhorar suas habilidades ao longo do tempo e se tornará um bom comunicador!

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Regina Macedo

Regina Macedo é profissional com mais de 25 anos de experiência multidisciplinar em Marketing, incluindo BI, Comunicação, Marketing e Relações Públicas. Além de experiência em projetos de soluções de TI, telecomunicações e mercado financeiro. Tem formação em Administração, com ênfase em Marketing e MBA in company pela FGV e pelo IESE Business School. Trabalhou no gerenciamento e planejamento de grandes marcas, atualmente atua como Superintendente de Comunicação e Análise de Mercado do Grupo Bradesco Seguros.

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