A Comunicação Corporativa abraça os jornalistas
Não é de hoje que as redações estão minguando. Também não é recente a história de que o mercado corporativo está aberto aos profissionais de comunicação das mais distintas origens: além de jornalistas, publicitários, profissionais de RP, Rádio e TV, do Marketing, e também, por que não, de outras áreas acadêmicas. A Comunicação Corporativa, como vemos, é democrática. Mas cuidado: não é um jardim das delícias e não é pra qualquer um.
Lembro-me de que as agências de relações públicas que foram chegando ao País nos anos 50 e 60, acompanhando a indústria automobilística e as de outros setores que vinham dos EUA e da Europa, principalmente, começaram a utilizar os serviços de RP para lidar com a imprensa. Durante o regime militar não era muito fácil estar em uma redação e, pra falar a verdade, os profissionais de relações públicas e os jornalistas começavam a travar uma disputa por espaço nas empresas.
Provavelmente essa tenha sido a primeira vez que um jornalista começou a olhar o mercado corporativo como um possível campo de atuação para colocar em prática suas habilidades e conhecimentos. Mas foi no final dos anos 70, com uma greve por melhores salários, que os jornalistas enfrentaram a maior encruzilhada em massa de suas carreiras. Parte deles seguiu na tarefa de apurar, reportar, redigir e editar, mas outra parte, muito talentosa, não encontrando espaço em jornais, revistas, no rádio ou na televisão, optou por montar assessorias de imprensa ou desbravar com mais afinco a comunicação corporativa.
O filme, como podemos ver, se repete.
Em seu mais recente episódio, as empresas de comunicação tiveram de colocar mais gente no mercado, pois já não conseguem operar no modelo anterior. Enxugar tem sido a palavra de ordem. Ao mesmo tempo, como água que corre, os jornalistas estão encontrando outros espaços. A Comunicação Corporativa tem sido um dos mais promissores para suas carreiras.
Muitos questionam a posição da Comunicação nos organogramas, mas mesmo não fazendo parte do board, como grande parte das empresas tem trabalhado, a atividade de comunicação tem sido estratégica e gerado valor. E isso, sinceramente, não é o mais relevante, uma vez que é patente a sua importância. Tão importante que bons profissionais de imprensa estão apostando suas fichas nessa guinada. Não irão se arrepender. Pra comunicar bem é preciso de gente de ofício, que entenda do riscado.
A Comunicação Empresarial, além de ser nobre, apresenta um universo de novas possibilidades que só a redação não traz.
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