26 de setembro de 2022

Livro revela 25 anos de histórias curiosas do Parque Burle Marx

Coordenada pelo empresário Rafael Birmann, a obra resgata imagens e detalhes sobre a criação do parque, pioneiro na gestão privada de espaço público

Um parque que sintetiza o desenvolvimento de São Paulo, em um cenário que é uma obra de arte de Roberto Burle Marx, combinado a um romance tórrido que marcou a história da cidade: daria um livro, não? E deu mesmo. Assim é Parque Burle Marx: 25 anos de história (ed. Altamira Editorial), obra coordenada pelo empresário Rafael Birmann sobre os fatos que originaram esse espaço tão singular narrados de forma leve e documental. A obra resume a bem-sucedida trajetória desse espaço público que foi pioneiro ao dispor de uma organização privada como gestora, a Fundação Aron Birmann, criada por Rafael.

Organizado em oito capítulos, o livro parte das aventuras de Francisco “Baby” Matarazzo Pignatari, empresário e playboy lendário, neto do conde Francesco Matarazzo. Além de administrar o conglomerado de indústrias da família, ele era conhecido por ser um conquistador serial de mulheres fabulosas, incluindo estrelas de Hollywood. Foi Baby quem adquiriu os primeiros lotes do terreno que veio a batizar de Chácara Tangará.

Anos depois, após os planos de Baby Pignatari terem tomado outro rumo, coube a Birmann negociar boa parte dessas terras. Uma das áreas evoluiu para tornar-se o Panamby. Já a antiga casa de Baby e seu entorno deram origem, posteriormente, ao hotel Palácio Tangará. Relatos sobre o parque, sua infraestrutura e os planos da Fundação Aron Birmann para o local são registros que merecem destaque.

Um conto de fadas real

Uma das histórias mais famosas de São Paulo, o verdadeiro conto de fadas vivido por Baby Pignatari e a princesa Ira von Fürstenberg, vale ser lida e vista nas fotos. O casal protagonizou um verdadeiro escândalo internacional, depois que ela abandonou marido e filhos para fugir com o empresário para o Brasil. A promessa de Baby era viver com ela na residência majestosa. Após três anos, no entanto, a paixão acabou – e a mansão da Chácara Tangará, planejada com exagerados 8 mil m², jamais foi finalizada. Enfrentou uma saga até tornar-se, finalmente, um hotel cinco estrelas dos mais luxuosos do Brasil.

Um jardim que é uma preciosidade

Não menos curiosa é a história da criação do Parque Burle Marx. Os jardins desenhados pelos paisagistas Rosa Kliass e Roberto Burle Marx foram pensados como uma reserva de beleza natural no meio da cidade, um lugar de contemplação e calma em meio à agitação frenética da paisagem urbana. Birmann lamenta que Burle Marx, homenageado pelo parque, tenha falecido meses antes de sua inauguração, sem ter tido a chance de ver pronta a sua obra.

Os relatos curiosos, as fotos e atividades surgem aos olhos com leveza e arte narrados como uma conversa descontraída por Rafael Birmann em mais de 200 páginas. A dica é escolher um domingo de sol e levar a obra para ler no gramado, um dos mais incríveis jardins do Brasil, mantido pela Fundação Aron Birmann. 

Sobre a Fundação Aron Birmann

A Fundação Aron Birmann, entidade de direito privado sem fins lucrativos, foi criada em 1995 com o objetivo de promover, por meio de estudos, pesquisas e ações, a busca de soluções para os problemas ambientais dos grandes centros urbanos.

A principal atividade da Fundação é a administração do Parque Burle Marx, na zona sul de São Paulo. Este gerenciamento e supervisão privados de um parque público são atividades inéditas que vêm apresentando resultados bastante satisfatórios, tanto para a Prefeitura de São Paulo quanto para a população em geral.

A Fundação promove ainda projetos de lazer e cultura no intuito de ajudar a suprir a falta de espaços qualificados que permitam vivenciar a natureza sem sair da cidade.

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