Lab reúne profissionais para falar sobre comunicação da saúde no pós-pandemia
Encontro do Lab de Comunicação para a Saúde mostrou como os comunicadores têm se relacionado com os diferentes públicos que hoje falam de saúde
Com o tema “Comunicação da Saúde no Pós-Pandemia”, o segundo Lab de Comunicação para a Saúde, realizado no dia 24 de agosto, tratou como os comunicadores corporativos, imprensa e profissionais de saúde têm se relacionado com os diferentes públicos.
Participaram do debate empresas que atuam em diferentes setores da saúde: Cristiane Santos Blanch, diretora de Comunicação e Assuntos Corporativos da Pfizer; Simone Tcherniakovsky, diretora Sênior de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Novo Nordisk; e Rafael Oliveira, gerente de Comunicação e Marketing da Unimed-Rio. Christian Tudesco, superintendente de Marketing Corporativo do Hospital Sírio-Libanês mediou o encontro.
“As doenças infecciosas são um tema bastante sensível para a sociedade e o desenvolvimento da vacina para a Covid-19 foi completamente transformado para atender essa emergência. Mas assim como a criação da vacina foi muito rápida, o processo de distribuição se mostrou extremamente desafiador para a gente. Ninguém sabia o que estava acontecendo e ficávamos informados através da mídia”, iniciou Christian Tudesco.
Para o executivo, confiar nas marcas que trouxessem informação de relevância e de qualidade foi muito importante. “Agilidade e velocidade serão a base para a diferenciação de tudo a partir de agora de qualquer tipo de pandemia ou acometimento”, disse, acrescentando que o comportamento individual importa tanto quanto a política pública. “Gestores de política pública fizeram um conjunto de ações para tratar disso, mas vimos muita gente que não entendia medidas tão básicas quanto o uso da máscara e da higienização das mãos”.
Outros pontos trazidos por Tudesco foram a questão do ensino nas escolas e do modelo de trabalho. “Isso afetou gerações não só no aprendizado mas também na saúde emocional nos períodos de quarentena”, ressaltou. “O modelo de trabalho mudou e mudou para sempre, seja híbrido ou remoto”.
O estímulo econômico, “que só funciona com medida de saúde pública efetiva” também foi ressaltado pelo executivo. “Se a gente voltar a enfrentar esse tipo de problema, vai depender muito do investimento, não só público mas de instituições privadas que a gente está estabelecendo agora”, colocou.
Na oportunidade, Cristiane Santos Blanch falou sobre as mudanças na área de comunicação da Pfizer. “Mudou totalmente nossa forma de trabalhar, foi uma mudança muito grande para as organizações. Já tínhamos o trabalho home office mas é diferente do que ficar o tempo todo em casa, foi um grande desafio”, disse. “A área de comunicação sempre é demandada, mas durante a pandemia isso tomou uma outra dimensão. A cada notícia sobre o desenvolvimento da vacina, a cada informação nova era uma nova onda de divulgações, de entrevistas, um trabalho bem maior junto aos nossos médicos, a imprensa trabalhou fortemente.Trabalhamos num ritmo muito mais acelerado”, contou.
Para Simone Tcherniakovsky, a questão da empresa assumir responsabilidade de comunicar vem desde sempre e é um desafio. “Antes da pandemia fazíamos eventos presenciais com estandes e iniciativas em shoppings, estações de metrô, terminais de ônibus para falar sobre determinadas doenças impactando diretamente com a população e com a pandemia passamos a usar de maneira mais expressiva os canais digitais e digitalizamos tudo para levar a informação às pessoas”, disse.
“Tivemos que fazer uma conversão muito rápida para fazer chegar a comunicação. Nunca participamos tanto de lives usando nossos porta-vozes e influenciadores para informarmos a população”, complementou Simone.
Rafael Oliveira contou como foi trabalhar a comunicação com a lógica da incerteza e da imprevisibilidade que a pandemia trouxe. “Foi um aprendizado, aprendemos fazendo, errando e corrigindo; é uma grande lição que vai ficar pra sempre. Entendemos que a previsibilidade não existe mais. É difícil olhar um horizonte de seis meses à frente”, salientou.
“Quando a gente fala na lógica da prevenção, entramos num tema que é crucial para qualquer frente de comunicação hoje em dia, que é a questão do engajamento à prevenção”, analisou. “No caso da saúde, no engajamento nos nossos clientes, pois se o paciente não engajar, não há resultado”, completou.
Comunicação fluida
Diante de tanta live, tanta informação nas redes sociais e em outros canais de comunicação durante a pandemia, a informação teve que ser fluída e atrativa para clientes, pacientes e colaboradores.
Os participantes contaram que reduziram as lives após o período crítico da pandemia, canalizando todo esse conteúdo para outros meios, como vídeos nas redes sociais, áudios de podcasts, sites, land pages etc. “Acaba sendo um material que fica à disposição para quando as pessoas puderem acessar”, salientou Cristiane.
Quanto às estratégias de comunicação interna, Simone comentou ter sido um enorme desafio. “A infodemia externa começou a acontecer internamente, pois ninguém sabia o que iria acontecer. A comunicação assumiu um papel muito grande de curadoria, no sentido de filtrar as informações que chegavam, tínhamos que estar conectados quase 24 horas por dia. Também trabalhamos muito em parceria com o RH, para que o funcionário se sentisse acolhido durante esse período”.
Rafael contou que a Unimed-Rio vinha numa preparação para a digitalização e que esse fato facilitou a todos. “Tínhamos já uma rede social corporativa que funcionava como canal de comunicação interna e complementamos com a ferramenta Teams. Tivemos uma mudança na dinâmica interna e um papel de orientar e de atualizar um novo jeito de trabalhar”.
Assista à live na íntegra:
https://www.youtube.com/watch?v=g-2F-zoRlts
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