2º Lab de Comunicação para Mobilidade debate cidades inteligentes e diálogo com cidadão
Evento reuniu profissionais de comunicação e da política para debater o assunto
Você sabe qual o conceito de cidade inteligente? E como uma cidade inteligente se comunica com o cidadão? O que é certo é que a comunicação tem um papel importante nas cidades inteligentes. Isso ficou claro durante o segundo Lab de Comunicação para a Mobilidade, realizado no dia 11 de agosto, que teve como tema Cidades inteligentes e a comunicação com o cidadão. O lab é patrocinado pela GM e tem apoio da CCR.
Participaram do evento Nelson Silveira, diretor de Estratégia de Comunicação da General Motors América do Sul; Daniel Annenberg, vereador e ex-secretário de Inovação e Tecnologia da cidade de São Paulo; Carlos Novaes, fundador e diretor executivo da Grilo Mobilidade e Tecnologia. A mediação ficou por conta de Daniela Coimbra Swiatek, coordenadora de Programas da Agenda Pública.
Resumidamente falando, de acordo com a Carta Brasileira para as Cidades Inteligentes – documento político que expressa uma agenda pública brasileira – cidades Inteligentes são cidades comprometidas com o desenvolvimento urbano e com a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental, sociocultural, que atuam de forma planejada, inovadora e inclusiva. “Como a gente promove uma cidade verdadeiramente inteligente, com as pessoas participando? Com letramento digital e com gestão colaborativa com vistas à qualidade de vida de todos?”, provocou Daniela Coimbra Swiatek.
Na ocasião, Nelson Silveira compartilhou a visão que a GM tem de futuro e de que forma estão atuando na transformação da mobilidade urbana. “O mundo está passando por grandes transformações e o setor automotivo também. Estamos deixando de ser uma indústria que desenha, produz e vende veículos para ser uma indústria que oferece serviços de mobilidade para a sociedade”, iniciou o executivo.
Dentro desse conceito, a companhia assumiu o compromisso de liderar a jornada para a eletrificação de todos os modais – os veículos elétricos são os únicos com zero emissões de poluentes. “Temos o senso de urgência que os impactos do aquecimento global nos trazem e nesse processo de transformação, a GM reestruturou o seu negócio, e hoje o ESG é o guarda-chuva a partir do qual todo o negócio da empresa está estruturado, a fim de contribuir para o futuro das próximas gerações”, disse Silveira.
“O objetivo da GM é se tornar neutra em carbono até 2040 e dentro desse compromisso temos a missão de eliminarmos todas as emissões veiculares dos nossos veículos até 2035. A partir daí, nossa intenção é comercializar no mercado apenas veículos zero emissão, apenas veículos elétricos”, prevê o executivo. “Os veículos a combustão são responsáveis por 75% das emissões de carbono”, frisou.
Segundo Silveira, a GM entende que tem um papel importante nesse desenvolvimento tecnológico na apresentação dessas soluções para o mercado para a construção de um futuro melhor com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento. “Além dos carros elétricos, a GM está desenvolvendo soluções de hardware e de software para atender todas as necessidades de um futuro autônomo elétrico, conectado e compartilhado para todos os modais”, revelou. “Mas nós entendemos também que não basta fazer a nossa parte, estamos nos conectando com todos os stakeholders envolvidos no processo, desde a cadeia de valor da indústria, até governos, no sentido de viabilizar esse futuro”, salientou.
“Quando a gente olha para a cidade inteligente pensamos primeiro no cidadão, depois olhamos para a mobilidade e tudo o que acontece em relação às soluções no deslocamento na distância curta, seja caminhando ou de bicicleta, complementando o transporte público de qualidade”, disse Carlos Novaes, da Grilo – primeira startup de mobilidade com serviço de impacto social e ambiental, especializada no deslocamento sustentável de pessoas e mercadorias via triciclos elétricos. “Trabalhamos a serviço do cidadão para entregar uma mobilidade muito mais sustentável, conectada e segura e sobretudo, confiável”, disse.
“Um ponto de destaque na nossa comunicação é a profissionalização. Quando a gente olha no mercado de trabalho desses condutores, acreditamos muito na segurança, na autonomia e na conexão da mobilidade urbana”, destacou Novaes. “Se não tivermos a comunicação, a gente não consegue chegar onde precisamos chegar. Precisamos ter as empresas nos contratando para podermos transportar as mercadorias e precisamos das pessoas nos solicitando para se deslocarem”, complementou.
Ao trazer a visão do setor público, o vereador Daniel Annenberg provocou a audiência ao perguntar qual a imagem que vem à cabeça quando se fala de cidade inteligente e como dialogar com as diferentes realidades de uma cidade grande como São Paulo? “Não adianta pensar numa cidade inteligente sem pensar na realidade já existente e a nossa realidade tem ‘n’ problemas, um dos principais é a questão da inclusão digital. Não adianta termos uma cidade inteligente que não seja para todos. Devemos pensar para quem é essa cidade inteligente? Como a gente alcança isso?”, frisou.
Algumas questões levantadas por Annenberg referem-se aos desafios, princípios e iniciativas como quais valores norteiam o governo no uso de tecnologia, quais os problemas a serem tratados, e o que já está sendo feito em relação ao assunto. Entre as soluções apontadas por ele estão reduzir as desigualdades sociais, simplificar a vida na cidade, melhorar o atendimento ao cidadão, transformar a gestão da prefeitura e usar tecnologias e inovações como ferramentas para melhorar a qualidade de vida.
“Hoje temos tecnologia para quase tudo. A questão não é a tecnologia, o problema é mudar a cultura e a cabeça das pessoas para usar a tecnologia como um meio a fim de melhorar a qualidade de vida da população”, acentuou. “A ideia da cidade inteligente é para pessoas e para todos. Não deixar ninguém para trás, se fizermos isso vamos aumentar ainda mais as desigualdades que existem neste país”, completou.
Assista à live na íntegra:
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