Qual é o seu limite?
Fui ao cinema ver o Tom Hanks e a Emma Watson no filme “O Círculo”. Uau, saí de lá refletindo muito!
O filme é uma adaptação do livro de Dave Eggers, e foi dirigido por James Ponsoldt. Nesta ficção/suspense, O Círculo é uma das empresas mais poderosas do planeta. Ela atua no ramo da internet, e conecta os e-mails dos usuários com suas atividades diárias, suas compras e muitos outros dados de suas vidas particulares. Uma verdadeira quebra de privacidade, uma exposição total de seus atos, palavras, quase que pensamentos! No decorrer do filme, são colocados vários dilemas morais, várias situações de exposição que geram resultados, bons e ruins. A máxima “não mentimos quando estamos sendo observados” traz à tona muitas reflexões e a percepção de um eventual lado bom, já que as atitudes serão sempre politicamente corretas… Mas a que preço! A sensação de estarmos constantemente sendo observados, expostos, vigiados, gera sentimentos confusos, conflitantes. Até que ponto vale a pena? Afinal, qual é o seu limite?
A realidade que vivemos não parece muito distante dessa ficção. Bancos de dados, câmeras que vigiam, rastreamento de informações. Nos tornamos previsíveis, vulneráveis a influências estudadas e pensadas para nos levar a atitudes que interessam a quem possui tanto conhecimento sobre nós.
Esta realidade modifica a cada dia as nossas relações. E assim, passamos a nos comunicar de maneira diferente. Nosso contato com o outro perde parte da espontaneidade. Ações corriqueiras passam a gerar desconfiança! Afinal, o que é natural, o que é proposital?
Uma das competências mais valorizadas em nosso meio, no nosso tempo, é a empatia. Talvez porque nosso modo de vida tenda a nos afastar dela! Há pesquisas que mostram a grande dificuldade das crianças em lidarem com as emoções dos outros. O vilão? A quantidade de tempo que essas crianças dedicam aos smartphones, aos computadores, em detrimento do contato interpessoal, do olho no olho! Há propostas de se ensinar empatia nas escolas!
Empatia é a ação de compreender a perspectiva de outra pessoa, suas emoções e sua realidade. É uma característica essencial para que a nossa comunicação seja efetiva. Sem ela, perde-se a expressão clara do que pensamos ou sentimos, e a compreensão plena do que o outro necessita ou quer demonstrar.
Assim, vale o cuidado de nos dedicarmos a melhorar essa super competência.
Em primeiro lugar, observe efetivamente o outro. Cultive a curiosidade sobre quem ele é, o que parece expressar, como demonstra se sentir.
Desenvolva a escuta ativa. Ouça com o desejo genuíno de identificar as razões e pressupostos do seu interlocutor. Demonstre boa vontade, atenção, envolvimento.
Mantenha sua mente aberta. Se abra para novos aprendizados, sem preconceitos! Leve em consideração o que o outro diz, como parece pensar, no que ele acredita. Pondere. Reflita. Permita-se questionar suas grandes verdades e as submeta a novos e diferentes crivos.
Essas ações exigem de nós certo esforço, dá um pouco de trabalho… Mas a boa comunicação compensa todo o nosso investimento! Afinal de contas, é esse cuidado que confere humanidade e qualidade às nossas relações. Vamos ousar? Vamos alargar os nossos limites? Pode ter certeza, vale a pena!
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