13 de setembro de 2019

Acolhimento, pertencimento e reconhecimento

Da conversa à conversão, como indivíduos se voltam às suas essências e o que isso impacta nas estratégias de marcas

 

Quando uma pessoa nasce, uma das primeiras necessidades é a do acolhimento. Quando cresce um pouco, passa a ter a necessidade do pertencimento a um grupo. E, depois, ao longo da vida, vem à ânsia por reconhecimento. A ideia deste artigo não é tratar sobre o “eu-indivíduo” ou o “eu-coletivo” gerado nesse processo de evolução da vida. Mas trazer, rapidamente, uma reflexão sobre como as características da comunicação no mundo digital tornam esse processo do “acolhimento-pertencimento-reconhecimento” como algo acelerado. E tudo isso tem conexão direta com a forma como as marcas se relacionam com as pessoas e com suas essências.

Neste contexto, sair da estratégia de “simples” relacionamento para estratégias de experiências é um caminho sem volta. As marcas precisam não apenas gerar conversas (e olha que “apenas” isso já é um grande desafio de produção de conteúdos relevantes para as pessoas) como elevar o patamar de relação entre marca e consumidores caso queiram ampliar sua capacidade de gerar atração, identidade e engajamento consequente.

E, para elevar este patamar, o foco em geração de conteúdos que tenham o contexto emocional, de geração de boas experiências, é não apenas uma tendência, como passa a ser essência para a comunicação corporativa.

Tá. Mas como?
Trago aqui um exemplo que vi nesta semana, sobre um Sushi Bar de Milão, na Itália, que oferece descontos em pratos para seus clientes que publicarem fotos do restaurante em suas redes sociais. Até aí, tudo bem, nada muito novo. A diferença é na estratégia de conceder os descontos a depender do volume de seguidores que esse cliente tenha nas redes. O cliente reconhecido como influenciador. A cada 1 mil seguidores – potenciais visualizações da mídia positiva espontânea de recomendação do produto – o cliente ganha um sushi, por exemplo. A promoção de lá, no caso, é limitada a 100 mil seguidores. Neste caso, a refeição é completa .

Ao juntarem tendências de “pagamentos alternativos” com a tendência de comportamento de celebridades das mídias sociais, o reconhecimento do indivíduo “comum” como influenciador se torna uma moeda de troca. Além de gerar conversa, gera conversão. E tudo isso se apoiando em comportamentos que as pessoas já têm. Ou seja: sem inventar muita moda. Ainda que inovando e muito.

Focar na vida das pessoas é o caminho. É menos o olhar de tendência e mais o movimento de estar antenado às essências e em como as marcas podem ajudar as comunidades e seus cotidianos. Todos sabem que negócio é algo que se faz todo dia, não apenas numa campanha. E já sabemos também que uma conversa é fundamental, mas se traduzir num papo morno, fica enfadonho.

As pessoas buscam conexões emocionais. Isso tudo tem a ver com a essência delas. Boas experiências é o que todo mundo busca. Quando essas experiências acolhem, geram sentimento de pertencimento e ainda o de reconhecimento, aí a conexão acontece.

 

 

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Giovanni Nobile

Gerente de comunicação integrada na Unidade Assessoria de Comunicação do Banco do Brasil. Trabalhou com atendimento à imprensa no Banco, e com comunicação interna, redes sociais e imprensa na Fundação BB. Jornalista, escreveu em jornal e revista no Paraná e foi colaborador da revista Piauí. Tem dois prêmios Aberje.

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