05 de junho de 2020

A crise está aqui para ficar

Originalmente publicado no LinkedIn, em 3 de junho.

A Aberje promoveu na quarta, 03 de junho, o 3º encontro de associados do Paraná. Desta vez, aberto a associados de todos os capítulos, uma das vantagens do ambiente on-line.

Gestão de crises foi o tema escolhido para o debate, que contou com a presença da Rosângela Florczak, professora de Graduação e pós-graduação da ESPM e Diretora do Capítulo RS da Aberje.

Rosângela começou falando sobre a dinâmica e característica das crises e uma linha do tempo da gestão das crises, começando lá em 2002, com foco na comunicação após o evento crítico, até os tempos atuais, onde ganhou espaço a visão que integra novos processos e se conecta diferentes áreas da organização, tendo passado pelo impacto das redes sociais na forma de comunicar os momentos difíceis (especialmente entre 2005 e 2010) e a virada de 2010 a 2015, onde os manuais e notas de esclarecimento deixaram de ser suficientes.

Confere aqui alguns pontos da conversa:

  1. Está acontecendo um amadurecimento forçado da área e do tema dentro das organizações.
  2. É importante começarmos a pensar sobre o legado que queremos deixar no pós-pandemia.
  3. A crise precisa ser mais do que um tempo de sofrimento para a organização. É preciso gerar aprendizados!
  4. A crise está aqui para ficar.
  5. As novas gerações são muito mais exigentes com as marcas, com as empresas, tanto no lugar de trabalhadores dessas empresas como de consumidores ou de cidadãos que opinam sobre aquela marca. O diálogo, às vezes, tem um sentido de ser atendido nas suas demandas, nessas novas gerações – daí a necessidade de se revisitar esses conceitos.
  6. Estamos vivendo um ambiente de reorganização de pessoas em redes – de indignação e esperança (por compartilhar uma causa, ou uma indignação momentânea). A vida nas redes está pulsando muito forte.
  7. Continuamos buscando visibilidade para nossas marcas, mas é preciso ter o lastro da credibilidade – no ambiente midiático, esse tem sido um grande desafio (é um ambiente polifônico!).
  8. Nosso gestor não pode mais estar capacitado para falar só com a imprensa. O desafio de falar para dentro de casa agora é infinitamente maior. Um post feito nas redes sociais pode desencadear um problemão para ser resolvido.
  9. Vamos aprender definitivamente a pensar nas crises antes que elas aconteçam. Não é possível atuar só na contenção. Para dar conta da crise, a gestão precisa comunicar bem, de forma consistente, para ser compreendida e apoiada nas suas decisões.
  10. A visão processual das crises é sobre integrar gestão e comunicação, olhando para todos os momentos que envolvem o processo de gestão de crise.
  11. O desafio para nós, na comunicação, é aprender a comunicação do risco preventiva. E isso tem a ver com alertar as pessoas, falar sobre o cenário de incerteza sem gerar pânico, e educá-las nesse processo.
  12. Na comunicação do evento crítico ou na comunicação preventiva, sempre começamos no exercício do (interlocutor) mais próximo para o mais distante.
  13. Por fim, é preciso sistematizar o que aprendemos para recuperar imagem e reputação no pós-crise.
Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Alessandra Becker

Apaixonada por Comunicação e por ferramentas de facilitação de grupos. Graduada em Comunicação Social (RRPP) pela UFRGS. Sócia fundadora da FALE Consultoras. Líder facilitadora de processos e pessoas formada pelo programa Germinar/EcoSocial. Membro das comunidades internacionais Art of Hosting e Dragon Dreaming. Mentora Organizacional formada pela Sociedade Brasileira de Desenvolvimento Comportamental. Facilitadora em Felicidade Interna Bruta FIB-Feliciência. Professora dos cursos de férias da ESPM-SUL desde 2017/I. Facilitadora do Grupo de Estudos de Comunicação e Ações Motivacionais e parceira de aprendizagem na ABRH-RS. Tem buscado inspiração em várias fontes, como a Comunicação Não-Violenta, Dragon Dreaming, Thinking Environment, Estruturas Libertadoras e Investigação Apreciativa, e procuro aplicar e vivenciar as práticas de facilitação no decorrer da jornada de comunicação nas organizações. Mãe do Pedro. Gêmea da Fá.

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