A crise está aqui para ficar
Originalmente publicado no LinkedIn, em 3 de junho.
A Aberje promoveu na quarta, 03 de junho, o 3º encontro de associados do Paraná. Desta vez, aberto a associados de todos os capítulos, uma das vantagens do ambiente on-line.
Gestão de crises foi o tema escolhido para o debate, que contou com a presença da Rosângela Florczak, professora de Graduação e pós-graduação da ESPM e Diretora do Capítulo RS da Aberje.
Rosângela começou falando sobre a dinâmica e característica das crises e uma linha do tempo da gestão das crises, começando lá em 2002, com foco na comunicação após o evento crítico, até os tempos atuais, onde ganhou espaço a visão que integra novos processos e se conecta diferentes áreas da organização, tendo passado pelo impacto das redes sociais na forma de comunicar os momentos difíceis (especialmente entre 2005 e 2010) e a virada de 2010 a 2015, onde os manuais e notas de esclarecimento deixaram de ser suficientes.
Confere aqui alguns pontos da conversa:
- Está acontecendo um amadurecimento forçado da área e do tema dentro das organizações.
- É importante começarmos a pensar sobre o legado que queremos deixar no pós-pandemia.
- A crise precisa ser mais do que um tempo de sofrimento para a organização. É preciso gerar aprendizados!
- A crise está aqui para ficar.
- As novas gerações são muito mais exigentes com as marcas, com as empresas, tanto no lugar de trabalhadores dessas empresas como de consumidores ou de cidadãos que opinam sobre aquela marca. O diálogo, às vezes, tem um sentido de ser atendido nas suas demandas, nessas novas gerações – daí a necessidade de se revisitar esses conceitos.
- Estamos vivendo um ambiente de reorganização de pessoas em redes – de indignação e esperança (por compartilhar uma causa, ou uma indignação momentânea). A vida nas redes está pulsando muito forte.
- Continuamos buscando visibilidade para nossas marcas, mas é preciso ter o lastro da credibilidade – no ambiente midiático, esse tem sido um grande desafio (é um ambiente polifônico!).
- Nosso gestor não pode mais estar capacitado para falar só com a imprensa. O desafio de falar para dentro de casa agora é infinitamente maior. Um post feito nas redes sociais pode desencadear um problemão para ser resolvido.
- Vamos aprender definitivamente a pensar nas crises antes que elas aconteçam. Não é possível atuar só na contenção. Para dar conta da crise, a gestão precisa comunicar bem, de forma consistente, para ser compreendida e apoiada nas suas decisões.
- A visão processual das crises é sobre integrar gestão e comunicação, olhando para todos os momentos que envolvem o processo de gestão de crise.
- O desafio para nós, na comunicação, é aprender a comunicação do risco preventiva. E isso tem a ver com alertar as pessoas, falar sobre o cenário de incerteza sem gerar pânico, e educá-las nesse processo.
- Na comunicação do evento crítico ou na comunicação preventiva, sempre começamos no exercício do (interlocutor) mais próximo para o mais distante.
- Por fim, é preciso sistematizar o que aprendemos para recuperar imagem e reputação no pós-crise.
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