13 de maio de 2017

Humanizar as relações humanas.

No campo do diálogo, a comunicação interna se faz permanente não só pelos canais oficiais de entrega da informação mas também pela "rádio peão" e cada vez mais nos comentários das redes sociais. O comunicar se reflete na energia dos lugares de encontro, nas salas de reunião, no design dos locais de trabalho e no cuidado com a estética alinhada com a ética e com a técnica.

BP Tires

Corações e cérebros coabitam o interior das empresas. Poucas, entretanto, os percebem em suas interações e influências mútuas. Orientados pelo olhar  mecanicista as empresas precisam considerar também os sentimentos  humanos e seus impactos nos processos de trabalho. Campanhas motivacionais surgem como respostas urgentes quando as pesquisas de clima mapeiam a pressão interna e descobrem que o pulso organizacional bate indiferente aos comandos. Os empregados estão deprimidos, sem desejo? Ou para usar o termo da moda “desengajados”? É difícil celebrar mais um milhão de toneladas de minério produzidas? Ou duzentos mil contêineres descarregados? Ou algum outro quantitativo alcançado? Claro! Qual o significado dos números para o imaginário do homem em meio aos maquinários pesados, sobrecarregado por reuniões intermináveis e metas sempre maiores?
No campo do diálogo, a comunicação interna se faz permanente não só pelos canais oficiais de entrega da informação mas também pela “rádio peão” e cada vez mais nos comentários das redes sociais. O comunicar se reflete na energia dos lugares de encontro, nas salas de reunião, no design dos locais de trabalho e no cuidado com a estética alinhada com a ética e com a técnica! A comunicação se faz presente pelos afetos aparentemente ausentes. Todos são afetados pelo ambiente, assim como pelos discursos oficiais e oficiosos (aqueles dos corredores). Nas empresas, cada vez mais o emocional mexe com o metabolismo da organização e numa sociedade de conhecimento em rede, essa tendência se amplia forçando o uso da tecnologia matemática a ganhar uma face mais humana e sensível.
Sabemos que ser emocional demais atrapalha, assim como ser unicamente racional inviabiliza a ternura. Se o lado racional nos permite tecer conclusões é o emocional que nos dá a energia para a ação. Por isso, reforço “humanizar as relações humanas” e assim considerar o outro e seus sentimentos, afetos e desejos. Sonhos, visão de mundo, modelo mental, modo de falar e se expressar. O objetivo a atingir deve ser comum: realizar a missão da empresa, cumprir a promessa da marca. Mas se o coração está vazio, a alma em crise, o cérebro não vale nada. É uma lâmpada apagada.
Pessoas comuns podem se tornar notáveis quando impulsionadas por sua emoção e quando percebem e acreditam que podem fazer coisas extraordinárias, com real significado em suas rotinas e verdadeiro sentido para suas vidas.
 #TalkTheWalk

 

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Luiz Antônio Gaulia

Jornalista. Mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio. Especialista em Comunicação Empresarial pela Syracuse University/Aberje. Pós-graduado em Marketing e em Comunicação Jornalística. Ex-Gerente de Comunicação da CSN - Cia. Siderúrgica Nacional e da Alunorte (PA). Atuou no O Boticário e no Grupo Votorantim. Realizou projetos de comunicação corporativa e sustentabilidade para a VALE, a Light, Petrobras, Ajinomoto e Norsul. Foi Gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade do Grupo Estácio. É Diretor da Race Comunicação e professor da FGV Rio e da ESPM SP.

  • COMPARTILHAR: