Pokémon Go aumenta mais a ilusão que a realidade

O jogo para celulares Pokémon Go é um sucesso monstruoso de comunicação (em uma semana, a empresa japonesa Nintendo aumentou seu valor etc.). A peculiaridade é que ele não se baseia apenas no lançamento de um produto. Na verdade (e o que é verdade agora mesmo?), o game redimensiona o estatuto da realidade e provoca no usuário tanto uma coreografia e um treinamento no espaço concreto como uma reflexão sobre a existência em vários campos de significação que cruzam, misturam e tornam difusas as realidades e tecnologias física e virtual.
A arena da nova ontologia está montada. Nova York foi invadida há uma semana por Pokémons. Os jogadores se reúnem em ‘gyms’ e ‘pokéstops’ nos locais mais inóspitos para treinar equipes e eliminar seres virtuais que se proliferam por meio do GPS. Os vetores dos espaços e virtuais e reais, públicos e privados, se misturam. Tudo muito divertido.
Mas a questão é se a tecnologia de realidade aumentada aprofunda a percepção do real ou se ela o distorce, para exacerbar a ilusão. Trata-se de uma máquina de viver no plano real em quase total desligamento com a realidade. A partir de então, o jogador pode conviver com fantasias e monstros de bolso (Pokémon é a abreviatura de “pocket monsters”), espaços físicos e coordenadas de GPS. Os monstrinhos são programados para aparecer no radar. Apesar de digitais, eles interferem no mundo físico e exigem a participação em carne e osso dos seres humanos. Tanto que vários acidentes e problemas têm acontecido, mesmo, nas ruas das cidades onde o jogo está sendo disputado.
No teste deste mundo online-offline regido pelas redes sociais, os usuários não têm conseguido equilibrar os princípios do prazer e da realidade, a satisfação imediata de um desejo (capturar um monstro) e a constatação de que nada daquilo é real ou totalmente recompensador. No fundo, a realidade aumentada não passa da ilusão que cega.
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