GESTÃO DE CRISES ORGANIZACIONAIS

Santa Casa BH

  • Projeto | O Gigante Ferido. Gestão da crise do incêndio no CTI do Hospital Santa Casa BH
  • Região | Minas Gerais e Centro-oeste
O Gigante Ferido

Ao valorizar o heroísmo de seus colaboradores e a relevância da instituição, a Santa Casa BH geriu a crise de um incêndio com eficiência e engajamento 

Instituição Centenária, a Santa Casa BH possui 10 unidades, mais de 5.500 funcionários e atua em três eixos: Assistência à Saúde; Ensino, Pesquisa e Inovação; e Assistência Social. Sua estrutura engloba 1.200 leitos, 27 salas cirúrgicas e um corpo clínico de referência nacional. Anualmente, realiza mais de 3,4 milhões de atendimentos em 35 especialidades para pacientes que, em sua quase totalidade, são provenientes de municípios mineiros. Dentro do eixo de Assistência à Saúde, destaca-se o Santa Casa BH Hospital de Alta Complexidade 100% SUS, que com suas 19 salas cirúrgicas é o maior bloco cirúrgico do Estado.

Para gerir essa verdadeira cidade da saúde, a entidade busca sempre manter uma governança eficiente e organizada. Mas um evento dramático trouxe um enorme desafio à essa governança. Na noite de 27 de junho de 2022, um incêndio tomou conta no CTI da Santa Casa BH, que possui 50 leitos. Naquele momento havia 931 pacientes internados, 286 acompanhantes e 430 colaboradores, distribuídos nos 13 andares do hospital.

Rapidamente, bombeiros, Polícia Civil e os colaboradores evacuaram a área e remanejaram os pacientes. A partir daí, formou-se um comitê de crise com as lideranças dos setores de Comunicação, Jurídico, Governança Corporativa, Assistência e Segurança. Um dos desafios era manter a boa reputação de uma entidade 100% SUS para todos os seus públicos.

O Presidente e o diretor de Assistência à Saúde foram imediatamente ao local oferecer apoio às equipes. Em seguida, chegou a imprensa. A gestão de crise organizou uma coletiva no próprio hospital com porta-vozes, bombeiros e policiais, todos previamente alinhados para abordar nas mensagens os valores presentes no mapa estratégico da instituição, como os de comportamento ético e transparente.

Ainda foram criados grupos de WhatsApp para atualizar os jornalistas. Parte deles, aliás, passou a frequentar diariamente a instituição para gravar matérias. Para municiá-los, recebiam pautas que abordavam a grandiosidade da entidade e o heroísmo dos colaboradores. Nenhum paciente morreu no incêndio, mas dois deles vieram á óbito na evacuação. Os familiares das vítimas receberam apoio da instituição, inclusive para os funerais. A gestão de crise pós incêndio teve ainda vídeos do presidente da entidade agradecendo à equipe e missas para as vítimas.

Graças a mobilização interna, foram montados rapidamente novos leitos. Por isso, muitos doadores acharam que a instituição não precisava mais de ajuda e o apoio privado passou a correr riscos. Mas, felizmente, as doações se intensificaram.  Uma websérie e um podcast sobre o heroísmo e coragem do time no evento foram incluídos na estratégia da gestão de crise. Também foi realizada campanha de financiamento coletivo que angariou R$ 2.225.711 em doações.

O case contou com um talk show que recebeu executivos da instituição, celebridades e potenciais doadores para a causa. E, cinco meses após o incêndio, aconteceu a reabertura oficial dos 50 leitos de CT, com a presença do governador do Estado. O investimento total do projeto foi de R$ 14.067,89.

Na imprensa, o case resultou em 1.363 matérias publicadas entre junho e dezembro de 2022. Foram veiculadas 708 matérias positivas. Nas redes sociais houve crescimento orgânico de 15% de seguidores no Instagram da entidade.

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