
Patricia Acioli
“A curiosidade e a vontade de fazer são minhas credenciais e minha essência”
Patricia Acioli
“A curiosidade e a vontade de fazer são minhas credenciais e minha essência”
Depois de trabalhar em redações de jornais e revistas, Patricia Acioli chegou ao ambiente corporativo. Foi por acaso, ela relata. “Não foi o que planejei, mas foi acontecendo, e segui minha intuição, abraçando oportunidades, aprendendo e, principalmente, me apaixonando pelo que faço.” O que a atraiu no setor, e que a mantém diariamente disposta a encarar novos desafios, é a possibilidade de conectar pessoas e criar contextos, especialmente nos momentos mais desafiadores.
O que despertou seu interesse pela área de comunicação?
Eu fiz Jornalismo porque queria contar histórias, ouvir pessoas. O que me fascina no dia a dia é a possibilidade de estar no grande e no pequeno, no detalhe e no macro. Essa dinâmica é o que me atrai na comunicação corporativa. No fim, o que eu gosto é de lidar com dificuldades, de começar do zero, de virar as coisas de cabeça pra baixo – adversidade, crise e pressão é onde surge o meu melhor.
Tem algum momento marcante da sua trajetória que você gosta de lembrar?
O que me trouxe aqui foi o fator “despretensão”. Não foquei em posição, em poder. Minha energia foi realizar coisas incríveis. Ser “underdog” foi a melhor coisa que eu fiz. Eu fui melhor em 100% dos casos quando não estava sozinha. Muita coisa não deu certo, mas me libertei da armadilha da perfeição.
Conte-nos um pouco sobre a sua área.
Atualmente sou responsável pela comunicação corporativa, sustentabilidade, impacto social, visitas e eventos da operação industrial. Defino o que faço como criação de valor para marca, gestão de imagem e reputação, change management e relacionamento com stakeholders. Vejo o perfil da área voltado para um papel facilitador, articulador e coordenador, como é o caso do tema sustentabilidade, que no fundo é estratégia da empresa e, portanto, está em todos os lugares. Hoje somos 14 profissionais. Temos duplo reporte: ao presidente e à diretoria no Brasil e de forma matricial à Suécia.
O que você destaca no ano de 2024 entre os projetos e atividades que realizou?
Para mim, 2024 foi o resultado de vários anos de trabalho e começou a ser escrito em 2016, quando a empresa, então focada em B2B, aceita o desafio de se comunicar no conceito de Business to All e cria um esforço interno para entendimento, engajamento e ativação da organização para a construção de uma narrativa de uma agenda fundamental, a climática. Em 2024, do ponto de vista da comunicação, resolvemos dar um passo adiante e trazer o tema da circularidade para o debate. Usamos muita criatividade e ousadia para falar do tema e avançar no pensamento não linear ao dizer: “Não compre esse caminhão” e a partir desse call to action entrar na responsabilidade do Produzir, Usar e Descartar. Esse modelo não é sustentável.
Que valores você prioriza ao liderar sua equipe?
Integridade me parece óbvio. Mas o que tenho de melhor para oferecer para minha equipe é o verbo realizar. Ver as coisas saírem do papel tem uma força gigante na nossa existência. Amo gente que tem vontade. Adoro sentir o apetite das pessoas em se sentirem úteis, relevantes, pertencentes. Estão no jogo de corpo e alma (e não na arquibancada).
Qual livro ou autor mais influenciou sua forma de pensar?
Foram vários. Rubem Braga, Otto Lara Resende, Nelson Rodrigues, Fernando Sabino, Murilo Mendes, Clarice Lispector, Luis Fernando Verissimo, Hélio Pelegrino, Paulo Mendes Campos. Aprendi a ler com essa turma. Atualmente me emociono com o Antonio Prata; quem não? Sou fã de quem transforma o ordinário em extraordinário.
O que você faz para relaxar e recarregar as energias fora do trabalho?
Gosto de conviver com a família em meio às nossas imperfeições e discordâncias, adoro coisas não planejadas, carinhos fora de hora, vinho com amigos. Ouvir música é sagrado, ler é como um elixir. Exercício e banho frio pela manhã me preparam para qualquer “gente difícil”, reunião cansativa e muito trabalho!
Tem alguma frase ou conceito que você usa como mantra no dia a dia?
Eu estive em posição de liderança muito cedo e convivi com pessoas mais experientes que repetiam suas credenciais como uma forma de marcar território. Respeito as trajetórias, mas minha vida é para a frente. A curiosidade e a vontade de fazer são minhas credenciais e minha essência. Gosto de me apresentar como se estivesse começando agora. E estamos, não?