Como vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos Latam, Othon de Villefort Maia lidera aproximadamente 140 pessoas no Brasil e na Argentina. Indústria mais longeva do Brasil, a empresa acaba de celebrar 190 anos de existência. Em 2024 a Latam criou o Instituto AngloGold Ashanti, o braço sociocultural e ambiental da companhia. Agraciado com o prêmio de Comunicador do Ano pela Aberje, Maia já havia sido reconhecido em 2017.

O que despertou seu interesse pela área de comunicação?

Desde novo sempre gostei muito de ler e escrever, assim a escolha pelo jornalismo na época do vestibular aconteceu de forma natural. Durante a universidade fiz parte do movimento Empresa Júnior, o que acabou me aproximando da comunicação organizacional, por onde trilhei minha carreira.

Tem algum momento marcante da sua trajetória que você gosta de lembrar?

Acho difícil cravar um ou outro momento isoladamente. Mas, neste ano, ao ser agraciado com o troféu da Aberje como um dos comunicadores de 2024, me fez lembrar muito de 2017, quando recebi esta homenagem pela primeira vez. De lá para cá o mundo mudou em uma aceleração impressionante. Enfrentamos uma pandemia. Temas ESG que eram emergentes se tornaram urgentes.

Seria até difícil listar tudo. E também não foi diferente na minha vida pessoal. Nasceu minha filha caçula, mudei de posição na companhia, e muito mais. É instigante perceber essa transformação do mundo e pensar o que o futuro reserva para nós.

Conte-nos um pouco sobre a sua área.

Atualmente sou vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti Latam. Lidero cerca de 140 pessoas no Brasil e na Argentina, reportando diretamente ao presidente da AngloGold Ashanti Latam. A minha área é composta pelas disciplinas de Comunicação, Relacionamento com Comunidades, Desenvolvimento Social, Gestão ESG, Relações Governamentais e Institucionais, Saúde, Segurança, Meio Ambiente, Licenciamentos e Direitos Minerários.

O que você destaca no ano de 2024 entre os projetos e atividades que realizou?

O ano de 2024 foi um ano extremamente simbólico, pois marcou os 190 anos de atuação da AngloGold Ashanti no Brasil. A companhia foi fundada em 1834. Fruto de uma grande campanha de comunicação e posicionamento, os 190 anos foram um grande momento de celebração junto a todos os stakeholders. Foi uma oportunidade também de valorizar nosso passado ao mesmo tempo em que miramos e construímos o amanhã. Mais especificamente para as disciplinas de comunicação, entre as entregas deste ano, cabe ressaltar o reposicionamento da Comunicação Interna, o plano de aproximação de imprensa, a maior presença nas redes sociais, a utilização de novas tecnologias (inteligência artificial e avatares digitais), os resultados recordes em nossas pesquisas de reputação e de imagem, entre muitas outras iniciativas.

Que valores você prioriza ao liderar sua equipe?

Colaboração, respeito, integridade e busca constante por excelência.

Qual livro ou autor mais influenciou sua forma de pensar?

Neste ano o livro de cabeceira foi Comece pelo Porquê: Como Grandes Líderes Inspiram Pessoas e Equipes a Agir, de Simon Sinek. A provocação do “golden circle” como direcionadora do propósito e das narrativas empresariais foi fundamental em uma companhia como a nossa em um profundo processo de transformação.

O que você faz para relaxar e recarregar as energias fora do trabalho?

Sou apaixonado por cinema desde novo. Mas, nos últimos anos, além dos filmes, tenho me interessado muito pelos podcasts, companheiros durante a esteira da academia. Nos últimos meses o podcast Noites Gregas, do professor Claudio Moreno, sobre mitologia grega, tem sido uma ótima companhia.

Tem alguma frase ou conceito que você usa como mantra no dia a dia?

Provavelmente em minhas apresentações em algum momento vou citar a frase de Jean Paul Sartre “Confiança se ganha em gotas e se perde em litros”. Seja como indivíduos ou como organizações, é um conceito muito preciso para demonstrar o árduo trabalho de construção de relações de confiança e de uma reputação sólida, baseadas em atitudes concretas que não se sustentam em narrativas vazias.