“Costumo pensar que a minha carreira não é nada linear”, reflete Omar Duarte Rodrigues. Ele tem razão: formado em Tecnologia, com pós-graduação na área econômica, consolidou uma trajetória na área de sustentabilidade. Só depois chegou à comunicação. Hoje lidera um time de 11 pessoas, composto por comunicadores, mas também por biólogos e oceanógrafos que atuam mais diretamente nos projetos em campo.

O que despertou seu interesse pela área de comunicação?

Para expandir meu conhecimento, repertório e campo de atuação, acredito que fiz o contrário que a maioria dos profissionais: fui da área de sustentabilidade para a área de comunicação, e assim venho me tornando um profissional mais versátil e mais conectado com uma sociedade e um mercado que cada vez mais se interessa, entende, se engaja e cobra das empresas por suas práticas para além do negócio.

Algum momento marcante da sua trajetória que você gosta de lembrar?

Tenho alguns marcos que vão dando significado para o meu caminhar. Gosto de lembrar deles para não deixar passar batido os aprendizados que tivemos no passado e refletir melhor sobre o futuro, sobre nossas escolhas e atitudes. Acho que muita coisa teria sido diferente se eu não tivesse recebido de presente de aniversário da minha mãe a inscrição para o vestibular quando eu tinha 17 anos.

Sou o filho mais novo e o primeiro a se graduar lá em casa. Então lembrar com gratidão dessa passagem me motiva e me faz perceber a importância de ao menos tentar olhar um pouco mais adiante e fazer do amanhã melhor que o hoje para mim e para aqueles que estão à minha volta.

Conte-nos um pouco sobre a sua área.

Tenho responsabilidades sobre as áreas de Comunicação, Engajamento e Reputação da Fundação Grupo Boticário. Como uma organização mantida pelo Grupo Boticário e que faz parte de um ecossistema que tem como propósito criar oportunidades para a beleza transformar a vida das pessoas, e assim o mundo ao nosso redor, é inegável quão relevante a fundação é nessa equação.

O que você destaca no ano de 2024 entre os projetos e atividades que realizou?

Neste ano avançamos ainda mais na potencialidade e na sinergia entre Fundação Grupo Boticário, Grupo Boticário e marcas. A fundação tem amplo relacionamento com o público qualificado, enquanto as marcas dialogam diariamente com milhões de consumidores.

Estivemos presentes, por exemplo, em ativações com O Boticário, em especial no Extinto, iniciativa que aconteceu para chamar atenção para a importância do meio ambiente, e com a Truss na Beauty Fair, evento do segmento de beleza, onde ativamos um projeto para proteção do oceano a partir da confecção de mantas feitas com mechas de cabelos cortados e doados durante a feira.

Que valores você prioriza ao liderar sua equipe?

O respeito, a transparência e a leveza. Penso que as relações são mútuas e pautadas em equilíbrio. Costumamos comparar as equipes com uma orquestra, mas prefiro pensar como uma escola de samba: tem diversão, tem ritmo, tem harmonia, tem dança, tem cores. Mas sabemos que, quando alguém sair do tom, ou a fantasia sair do lugar, teremos um ao outro para nos ajudar e não deixar o samba morrer.

Qual livro ou autor mais influenciou sua forma de pensar?

Tento me inspirar sempre de forma mais ampla, e não exclusivamente na literatura. A música é uma boa inspiração, é uma arte que se molda conforme os momentos que vivemos. Gosto da versatilidade do Chico Buarque, da atemporalidade dos Beatles, da delicadeza do Tom Jobim, da simplicidade e ao mesmo tempo da sofisticação do Cartola. Mas, se for para eleger um autor, Ariano Suassuna, que, de forma brilhante, carrega na sua obra o otimismo e o bom humor.

O que você faz para relaxar e recarregar as energias?

Gosto de estar com as pessoas que amo, gosto de conhecer lugares novos, na viagem ou na vizinhança. Também gosto de ficar em casa, cozinhar, assistir a filmes e séries. Para recarregar as energias, ir para a praia, ficar observando a natureza, e, claro, tomar um bom banho de mar.

Alguma frase ou conceito que você usa como mantra no dia a dia?

“Viver é isso: ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências.” Essa frase do filósofo Jean-Paul Sartre traz uma profunda reflexão sobre a complexidade de nossas decisões. Em um mundo permeado por constantes tomadas de decisão, é preciso que tenhamos responsabilidade com as nossas escolhas, que têm a ver com o nosso presente, com o nosso futuro, conosco individualmente e coletivamente.