Entrevista COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL · EDIÇÃO 112 · 2025

Amanda Brum
“O comunicador tem que ter repertório e estar à frente das mudanças da sociedade”

Amanda Brum
“O comunicador tem que ter repertório e estar à frente das mudanças da sociedade”

Amanda Brum precisou de apenas uma visita ao escritório de um tio, advogado, para perceber que sua vocação seguia outro caminho. “Peguei algumas peças para ler e rapidamente percebi que aquele não era meu mundo. Fui cursar Jornalismo”, relembra. A decisão confirmou uma inclinação que já se manifestava na infância e se revelou acertada. Sua trajetória profissional foi amplamente reconhecida em 2024, incluindo sua presença na prestigiada lista de Comunicadores do Ano da Aberje. “Este reconhecimento da Aberje é muito especial, porque são líderes de referência no setor que avaliam os profissionais”, afirma a CCO e CMO da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O que despertou seu interesse pela área de comunicação?

Sou uma comunicadora nata. Com 8 anos de idade eu já falava para mais de 1.500 pessoas que frequentavam a missa de domingo do Santuário São Judas Tadeu, no Jabaquara, em São Paulo (SP). Eu contava para as crianças presentes uma história relacionada com o trecho dos Evangelhos lido naquele dia. Com o tempo fui aprimorando minha prática com técnicas que aprendi na faculdade e em cursos. Sou uma comunicadora de linha de frente.

Algum momento marcante da sua trajetória que você gosta de lembrar?

Comecei minha trajetória como jornalista de redação, depois segui para agência e então para o BTG Pactual, que representou um momento importante. Foi quando descobri que meu caminho estava na comunicação corporativa. Na sequência fui para a Record, onde assumi a área de projetos web, uma função mais executiva. Ali percebi que precisava ter a humildade de olhar para mim mesma para identificar os pontos em que eu precisava evoluir para retomar o ambiente corporativo. Cheguei então à Anbima, onde estou há dez anos.

Conte um pouco sobre a sua área.

Ao longo da minha trajetória na entidade fui abraçando novas funções. Hoje estou à frente da comunicação, do marketing e das áreas de relacionamento com associados, do relacionamento institucional, do relacionamento comercial e do atendimento. Encaro essas funções como tarefas de relações públicas.

O que você destaca no ano de 2024 entre os projetos e atividades que realizou?

Recentemente tomamos a decisão de mudar a estrutura da área. Em vez de termos uma pessoa especialista em imprensa, outra em redes sociais, resolvemos fazer de fato a comunicação 360 graus. Hoje temos um profissional que olha para todas as abordagens possíveis em fundos de investimentos, outro que traça estratégias em mercados de capitais. Essas pessoas começaram a beber direto da fonte, se tornaram mais próximas do cliente. Assim alcançamos um boom de resultados.

Em 2024 também lidamos com grandes desafios, como a mudança da regulação da indústria de fundos. Também tivemos mudanças no mercado, com a regra de transparência de remuneração de profissionais de investimentos, e as alterações nas regras de certificação para os profissionais da área, uma mudança que impacta a vida de 500 mil pessoas.

Que valores você prioriza ao liderar sua equipe?

Confiança e transparência. Confiança para dar feedback, transparência para o profissional deixar claro se está satisfeito, se está de acordo com as decisões. Temos mensalmente uma reunião com a equipe interna. Queremos celebrar os acertos, mas eles gostam muito de compartilhar os erros, que levam todos os outros a aprender.

Qual livro ou autor mais influenciou sua forma de pensar?

Uma das minhas grandes influências na vida foi de uma professora de filosofia da 5ª série. Ela dizia: “A única coisa que ninguém vai tirar de vocês vai ser o conhecimento, a cultura”. E isso se adquire lendo e viajando. São as duas coisas que eu mais faço na vida.

O que você faz para relaxar e recarregar as energias?

Leio de tudo, de biografia e romance a livros técnicos. O comunicador tem que ter repertório, acompanhar o público, estar à frente das mudanças da sociedade. E você só consegue isso se estiver antenada. Por isso sou consumidora voraz de informação. Também recomendo duas viagens essenciais: Egito e Índia. São dois lugares que me deram um choque de realidade, me fizeram acessar sentimentos que eu não sabia que tinha.

Alguma frase ou conceito que você usa como mantra no dia a dia?

Trabalhe duro e faça o bem, que o resultado vem.

 
COMPARTILHAR