Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
- Projeto | Repórter Paraisópolis
- Região | São Paulo
Para levar informações de saúde com eficiência para a favela de Paraisópolis, o Einstein criou um jornal feito para a comunidade – e pela comunidade
Há 50 anos, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein atua dentro de Paraisópolis, uma das maiores favelas do Brasil, com mais de 100 mil moradores. O Einstein sempre esteve presente nessa comunidade por meio de várias ações sociais e, mais recentemente, também por meio da gestão de unidades públicas de saúde.
Com a inauguração do PECP – Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis, em 1998, o compromisso e a dedicação da instituição com o local tornaram-se ainda mais significativos. No entanto, mesmo com o vínculo e a proximidade geográfica, o Einstein entendia que era preciso quebrar os chamados “Muros Sociais”. Eles dificultavam o acesso efetivo da comunidade às informações de saúde da entidade. Desse desafio, surgiu a iniciativa Repórter Paraisópolis.
Trata-se de um programa de jornalismo comunitário de saúde e ciência feito por e para os moradores de Paraisópolis. Ele foi concebido com o objetivo de construir um novo tipo de relacionamento com essa comunidade. O Repórter Paraisópolis também incluiu outras metas prioritárias, como a de fomentar a troca de experiências e o engajamento nas oficinas; mostrar a importância do jornalismo pautado em fontes confiáveis e evidências científicas e garantir o acesso irrestrito aos conteúdos. No entanto, o objetivo mais desafiador foi o de gerar empatia e conexão com os moradores.
Cientes de que a comunicação é um meio eficaz para encurtar a distância entre organizações e pessoas, ao mesmo tempo que propaga conhecimento, o case não se restringiu apenas a abordar temas de saúde para e sobre a comunidade. Ele também estimulou a produção de conteúdos originais pelos próprios moradores, já que eles são as pessoas que mais conhecem de perto a realidade da favela.
A formação dos participantes durou, em média, três meses, com aulas de 3 horas cada, duas vezes por semana e com periodicidade semestral. Todos eles foram incentivados a produzir conteúdo crítico, responsável e sem fake news. Tudo isso alinhado às necessidades da comunidade e à procura de fontes confiáveis.
Para ajudar nessa formação, eles tiveram acesso a oficinas de jornalismo, palestras e visitas a centros de pesquisas e unidades de saúde, entre outros locais. A bagagem adquirida por cada turma de novos repórteres tinha como objetivo final a produção de uma edição da revista +Saúde na Quebrada, que dissemina conteúdos para o site e redes sociais da publicação.
Para que a produção de conteúdo tivesse excelência, ela foi acompanhada e orientada por um time de jornalistas, editores, fotógrafos e designers especializados na cobertura jornalística de saúde. Essa estrutura tornou possível fazer com que a voz da comunidade fosse amplificada e o projeto ganhasse visibilidade nas ruas, na mídia e nas redes sociais.
Os resultados da iniciativa, que teve investimentos de R$ 450 mil, mostram o quanto a ação foi bem-sucedida. Na imprensa, gerou duas matérias no jornal Folha de S.Paulo, matéria na TV Globo, na Rádio CBN, além de menções em portais de saúde e sites de jornalismo. As redes sociais também repercutiram o projeto, com 891 curtidas e mais de 300 stories sobre o programa e sobre saúde, entre outros números.