Transformação digital, dos líderes ou de nós mesmos?
Compartilhar histórias ao longo de minha jornada e trajetória profissional me dá mais energia do que já tenho por natureza! Descobrir isso é libertador para alguém que, até os 16 anos, não saía para muitos locais sozinha e, no início da carreira, era muito tímida! Sim, tímida.
Usei algumas estratégias para minha transformação: me joguei numa crise comigo mesma, uma viagem em mim mesma! Entrei num curso de teatro, escolhi pedagogia para ficar frente a frente com um público bem natural e sincero: os alunos. Os feedbacks são instantâneos e transformadores.
Depois me apaixonei pela comunicação e ainda resolvi morar sozinha fora do País… Isso tudo foi mágico para mim e quero compartilhar esta passagem que me transformou para o mundo, e cabe bem neste momento de mudanças incompreensíveis que assolou abruptamente nosso dia a dia.
A transformação digital e as conexões emocionais
O Ser Humano se transforma no desconforto de um fato. Já passei por algumas crises em minha trajetória. E, nestas experiências no ambiente empresarial, as estratégias de comunicação sempre foram fundamentais para bons resultados. Mapear com disciplina, revisitar os conceitos comunicacionais, treinar lideranças, planejar etapas, estabelecer prioridades por stakeholders e executar com agilidade e sincronização em ações internas e externas são essências que podem ser orquestradas por nós, profissionais de comunicação. E cada uma das crises que vivenciei me transformou como profissional e como pessoa, aprendi mais de minha profissão e me fortaleci como ser humano. Acredito que é fundamental aprender com a crise.
Alguém se preparou a vida toda para uma crise avassaladora desta magnitude?
As empresas, as famílias, os líderes, os funcionários foram aprendendo, e ainda estão. A comunicação também, elaborando novas formas de mostrar o mundo e respondendo a cada ação. A comunicação em meio à crise precisa ter a serenidade da orientação, da definição das mensagens, a engrenagem da estratégia para fazer a curadoria do que se deve comunicar, olhar para o propósito da empresa, trabalhar nas mensagens coerentes, para fazer o que é certo com a narrativa cada vez mais humana.
Hoje, se faz o tempo dos tempos…
Então, reorganize a tua cabeça para acertar errando.
Programe e reprograme, ande e dê duas voltas para sempre seguir em frente.
E assim vamos nos possibilitando ao novo, experimentando como diria Maria Montessori, para assim, irmos evoluindo.
Pela minha experiência, neste momento e no futuro, em meio tantas incertezas, a comunicação e o RH caminham juntos mais uma vez para o “acalmar dos corações” primeiramente das lideranças e depois do público interno mais amplo, para mostrar a beleza do modelo de trabalho flexível, que, mesmo diante de diversas turbulências, precisou ser implementado, em alguns casos, às pressas – bem como a transformação digital.
Já o líder, a liderança de alma, vai entrar neste cenário do “novo novo” ou do “novo ajustado” apoiando a sua equipe e vice-versa. Todos irão se adaptar, à medida que a tecnologia vai sustentando a transformação humana e as pessoas vão impulsionando a transformação digital para próxima etapa.
A crise que nos assombra também nos transforma: somos levados a olhar para dentro para reagir ao que vem de fora, cada um ao seu tempo, alguns bem rápidos e outros entre altos e baixos.
Lembro uma certa vez, em meio a uma crise, depois de ter aprovado uma campanha global de orgulho e engajamento, um grande colega que respeito e admiro, de uma área parceira, ligou e perguntou: – Será que devemos fazer este lançamento neste momento?
Eu falei de forma afetuosa: – Não estou com medo de errar e sim com medo de deixar de acertar, mas acredito em tudo que planejamos e a força da campanha, e por isso, o melhor momento é agora.
E assim concordamos e seguimos. Realmente ver “os corações dos funcionários acolhidos” ávidos por boas novas foi uma experiência maravilhosa, daquelas que nos acalentam a alma e confirmam que planejamentos estruturados fortalecem decisões.
Em algum momento, todos nós já passamos por grandes mudanças. A mudança é desafiadora para todos e é importante reconhecer isso. Se você está consciente disso, não ficará desanimado e poderá concentrar-se no positivo de sua aventura. Procure maneiras de tornar as circunstâncias atuais mais agradáveis, pois mesmo que as crises repentinas ou as mudanças imprevistas pareçam difíceis, sempre terão um resultado positivo.
Somos agentes do nosso destino ou nosso destino nos transforma, nos colocando como protagonistas dos fatos inesperados?
Acredito que, depois de experimentar, digerir e processar algumas situações, possa ser uma mistura dos dois para irmos nos transformando e transformando os outros no mundo.
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