Relações públicas na cesta básica
A professora Maria P. Russell, da Syracuse University, instituição de ensino norte-americana de 1870, em encontro recente com profissionais de comunicação em São Paulo, afirmou que, nos dias atuais coalhados de conflitos, perigos e concorrências, não é mais possível para as empresas, instituições e seus gestores ‘ter o luxo de não ter relações públicas’.
Informar com qualidade e esclarecer com profundidade aquilo que é difundido; abrir canais de comunicação entre as organizações e a sociedade; deixar claro quem tem interesse na difusão e discussão de questões públicas, entre outras, são algumas das habilidades dos relações-públicas modernos. O mundo democrático aumentou a vigilância sobre as empresas. E, em um contexto de aquecimento global, de exclusão social crescente – as estatísticas dos fóruns econômicos e políticos mostram que o número de miseráveis e pobres, apesar de todos os discursos e ações da nova filantropia, está aumentando – uma nova fábrica não representa necessariamente benefícios para a sociedade e o meio ambiente.
Logo, relações públicas empresariais, baseadas na verdade, na precisão das informações, no comportamento ético, geridas por profissionais cultos contribuem para decisões e empreendimentos potencialmente melhores para os negócios e para as comunidades. As críticas e ironias às relações públicas, que muitas vezes encontramos na imprensa e na academia são, quase sempre, fruto de desinformação. Nelas, as relações públicas são confundidas com as relações não-públicas.
Relações Públicas são uma das novas formas do fazer política. A promoção permanente e competente do bem comum e de práticas democráticas faz com que empresas e empresários, sob pressão de comunidades, imprensa, organizações não-governamentais, autoridades e outros, incorporem a comunicação como parte de seu cotidiano.
Igualdades e diferenças
A operação dos cinco sentidos, fundamentais para se comunicar e se relacionar bem, começa a fazer parte da administração, historicamente muito pragmática e mecanicista. Analfabetismo em comunicação e relações públicas começa a ser fator de exclusão no mundo empresarial. Os caçadores de talentos já colocaram a competência em comunicação como fator crítico.
Como um indício da valorização da comunicação empresarial e das relações públicas, Maria Russell prevê que, por volta de 2010, os salários dos comunicadores organizacionais norte-americanos aumentarão em pelo menos 42%, quando comparados aos salários do início dos anos 2000. A previsão pode atiçar muita gente a se direcionar para a área, no entanto, é bom lembrar: comunicadores empresariais estão se capacitando cada vez mais em graduações, pós-graduações, mestrados e doutorados.
Neste nosso mundo, complexo, em que cotidianamente é preciso legitimar igualdades e diferenças, a cultura de manual sai de cena e atuar na área, no Brasil ou no exterior, garantida para quem procura as boas fontes de conhecimento: nas boas universidades, nas quais ética e estética são muito discutidas.
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